La Niña pode retornar, mas chances são de evento fraco, indicam cientistas da NOAA

Mesmo que La Niña ocorra, as chances são de que seja um episódio fraco, com temperaturas no Pacífico entre -0,9°C e -0,5°C

10.10.2024 | 14:10 (UTC -3)
Revista Cultivar
Esta animação mostra as temperaturas semanais da superfície do mar no Oceano Pacífico em comparação com a média de 1º de julho a 29 de setembro de 2024. As áreas laranja e vermelha estavam mais quentes do que a média; as áreas azuis estavam mais frias do que a média. As temperaturas da superfície do mar mais quentes do que a média na principal região de monitoramento ENSO do Pacífico tropical (delineada com caixa preta) começaram a ser substituídas por águas mais frias do que a média — um sinal de que La Niña pode estar se formando. Animação do NOAA Climate.gov, com base em Coral Reef Watch Data e mapas do NOAA View
Esta animação mostra as temperaturas semanais da superfície do mar no Oceano Pacífico em comparação com a média de 1º de julho a 29 de setembro de 2024. As áreas laranja e vermelha estavam mais quentes do que a média; as áreas azuis estavam mais frias do que a média. As temperaturas da superfície do mar mais quentes do que a média na principal região de monitoramento ENSO do Pacífico tropical (delineada com caixa preta) começaram a ser substituídas por águas mais frias do que a média — um sinal de que La Niña pode estar se formando. Animação do NOAA Climate.gov, com base em Coral Reef Watch Data e mapas do NOAA View

O Oceano Pacífico Tropical mostrou condições neutras em setembro, sem a presença de El Niño ou La Niña. Especialistas do Centro de Previsão Climática dos EUA (NOAA) indicam 60% de probabilidade de iniciar novo episódio de La Niña até novembro de 2024. No entanto, há menos confiança do que no mês anterior. E, mesmo se La Niña formar-se, esperam os cientistas que seja um evento fraco.

A La Niña é a fase fria do fenômeno Enso (Oscilação Sul-El Niño), caracterizada por temperaturas de superfície do mar abaixo da média no Pacífico equatorial. O fenômeno afeta a circulação atmosférica global. Altera padrões de chuvas e temperaturas ao redor do mundo. Em setembro, as águas no centro do Pacífico estavam 0,3°C abaixo da média, o que ainda reflete condições neutras. Para que a La Niña seja oficialmente considerada, as temperaturas precisam estar ao menos 0,5°C abaixo da média.

Durante as últimas semanas, algumas partes do Pacífico Central e Leste mostraram águas mais frias que o normal. Houve ventos alísios mais fortes que a média na região, outro sinal típico de La Niña. No entanto, os ventos se enfraqueceram em setembro, permitindo que a superfície oceânica aquecesse levemente, mantendo as condições neutras.

Os modelos climáticos indicavam que La Niña desenvolver-se-ia mais rapidamente após o fim do El Niño de 2023/24. Contudo, pequenas flutuações atmosféricas, como a fraqueza nos ventos alísios, retardaram o início do fenômeno. Embora a previsão do Enso seja confiável em escala sazonal, eventos de curto prazo podem interferir na formação de fenômenos como La Niña.

Mesmo que La Niña ocorra, as chances são de que seja um episódio fraco, com temperaturas no Pacífico entre -0,9°C e -0,5°C. A história climática revela que La Niñas tardias, como a prevista para este ano, costumam ser fracas. Desde 1950, apenas quatro episódios de La Niña formaram-se tão tarde no ano. Todos foram de intensidade fraca ou moderada.

Apesar de ser um fenômeno fraco, a La Niña ainda pode influenciar os padrões climáticos globais, afetando especialmente as previsões de chuvas e temperaturas para o fim do ano e início de 2025. O impacto de um episódio fraco, porém, pode ser inconsistente, deixando espaço para que outros fenômenos climáticos desempenhem papel importante.

A La Niña costuma reduzir as chuvas em algumas regiões do Sul do Brasil, enquanto traz mais umidade para o Norte e o Nordeste.

Gráfico de linhas mostrando temperaturas observadas e previstas (linha preta) na região-chave de monitoramento ENSO do Pacífico tropical do início de 2024 até a primavera de 2025. O sombreamento cinza mostra a faixa de temperaturas previstas por modelos individuais que fazem parte do North American Multi Model Ensemble (NMME, para abreviar). A maior parte do sombreamento aparece abaixo da linha azul tracejada no outono, o que significa que a maioria dos modelos prevê que a temperatura na região Niño-3.4 do Pacífico tropical será mais fria do que a média em pelo menos 0,5 graus Celsius (0,9 graus Fahrenheit) — o limite de La Niña. Imagem NOAA Climate.gov, com base em dados fornecidos pelo Climate Prediction Center
Gráfico de linhas mostrando temperaturas observadas e previstas (linha preta) na região-chave de monitoramento ENSO do Pacífico tropical do início de 2024 até a primavera de 2025. O sombreamento cinza mostra a faixa de temperaturas previstas por modelos individuais que fazem parte do North American Multi Model Ensemble (NMME, para abreviar). A maior parte do sombreamento aparece abaixo da linha azul tracejada no outono, o que significa que a maioria dos modelos prevê que a temperatura na região Niño-3.4 do Pacífico tropical será mais fria do que a média em pelo menos 0,5 graus Celsius (0,9 graus Fahrenheit) — o limite de La Niña. Imagem NOAA Climate.gov, com base em dados fornecidos pelo Climate Prediction Center

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