Jundiaí/SP terá seminário sobre inovações na vitivinicultura

03.12.2008 | 21:59 (UTC -3)

O alto preço da terra, a especulação imobiliária, a industrialização e o êxodo rural, são algumas das razões do declínio da área de uva plantada em Jundiaí e região, no estado de São Paulo, nos últimos anos, alerta Fernando Picarelli, pesquisador aposentado do Instituto Agronômico em Jundiaí/SP e especialista no cultivo da videira.

“Foi-se o tempo em que se encontrava uma propriedade em Jundiaí com até um milhão de pés de uvas numa única fazenda”, conta Picarelli. A indústria de vinhos da região praticamente se extinguiu e uma das causas destas mudanças é a baixa sanidade das mudas e porta-enxertos utilizados nas propriedades, afirma Fernando.

Ele acredita que novas cultivares de melhor qualidade e tecnologias que diminuam os custos de produção, podem ser um bom começo para ajudar a fixar o vitivinicultor no campo.

Para auxiliar na mudança deste panorama, a Embrapa Transferência de Tecnologia de Campinas (SP) e a Embrapa Uva e Vinho de Bento Gonçalves (RS), unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, realizarão, em parceria com a Prefeitura Municipal de Jundiaí, o Seminário: “Vitivinicultura - Inovações e Mercado”, nesta quinta-feira (04/12), em Jundiaí, para alertar sobre a importância da utilização de material propagativo de qualidade para implantação de videiras.

Marcos Kobayashi, produtor de frutas e consultor de alguns proprietários vitícolas de Jundiaí e região, afirma que já faz tempo que esperam por um curso assim. “É preciso profissionalizar o negócio de uva na região, quem for amador neste ramo, não vai conseguir atender as exigências de mercado interno e externo” afirma o produtor.

Capacitação

Na programação do Seminário outros aspectos importantes para o cultivo e comercialização da uva, serão enfocados, como: o mercado e a valoração da uva Niagara na Ceagesp com Gabriel Bitencourt de Almeida da Ceagesp São Paulo; produção e certificação de mudas de videira por Murilo de Albuquerque Regina da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - Epamig e alternativas de cultivares de uvas da Embrapa para a região, tema abordado por João Dimas Garcia, da Embrapa Uva e Vinho de Jales (SP).

O Seminário faz parte do Projeto “Implantação de Matrizeiros de Videira para fornecimento de material propagativo de qualidade superior” que tem apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, cujo objetivo é informar, capacitar e preparar os produtores e viveiristas para as novas diretrizes de produção no setor.

Genética Garantida

O cultivo da videira no Brasil representa uma parcela econômica e social importante na fruticultura brasileira, movimentando cerca de R$ 2,5 bilhões/ano e gerando 5 empregos/ha, um dos maiores índices do setor de fruticultura.

Apesar da importância desta cultura, os produtores ainda mantêm, em grande parte, a tradição de obter material propagativo junto às propriedades vizinhas, correndo o risco de implantar sua videira sem origem genética garantida e com qualidade fitossanitária duvidosa.

O plantio de mudas isentas de viroses e o uso de material propagativo com qualidade fitossanitária representam medidas simples que o vitivinicultor pode adotar e que contribuem para a melhoria da produtividade, longevidade e qualidade da videira, destaca Ana Paula, pesquisadora da Embrapa Transferência de Tecnologia e uma das organizadoras do Seminário.

Serviço:

Data: 04/12/08. Horário: 8h30 às 12h15.

Local: ETEC Benedito Storani – Colégio Agrícola.

Endereço: Av. Antonio Pincinato, 4355 - Casa Branca.

Informações: (11) 4582-1881 ou (19) 3749-8888 / sac@campinas.snt.embrapa.br / www.campinas.snt.embrapa.br

Vera Scholze Borges

Embrapa

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