Irrigação melhora rendimento de soja e milho no Paraná

No extremo noroeste do Paraná, onde o regime de chuvas é irregular, a irrigação tem sido um fator decisivo para garantir a viabilidade da produção agrícola. Na Fazenda Estrela e Monte Azul, localizada em Icaraíma, a 60 km de Umuarama, a adoção dessa tecnologia tem permitido elevar a produtividade e expandir a rentabilidade das lavouras.

Com uma área total de 2.600 alqueires, a propriedade destina 100 alqueires para o cultivo de soja sob irrigação, utilizando três pivôs centrais. Segundo o administrador Alexandre Rios, essa prática tem garantido uma média de produtividade entre 160 e 180 sacas por alqueire. Em comparação, áreas sem irrigação registram apenas 50 sacas por alqueire, evidenciando o impacto direto da disponibilidade de água na produção.

A tecnologia também beneficia o cultivo de milho na sucessão da soja, com médias que variam de 250 a 280 sacas por alqueire. "Sem irrigação, não há viabilidade econômica", afirma Rios, destacando que a fazenda planeja ampliar o sistema para atender também as pastagens e o confinamento de gado, garantindo alimento para o rebanho durante o inverno.

Além da produção agrícola, a fazenda mantém um rebanho de 10 mil cabeças de gado, das quais 5 mil são engordadas em confinamento. Os animais, da raça Nelore e de rebanho misto, entram no sistema pesando entre 400 e 450 quilos e, após 80 a 90 dias, atingem 550 quilos, com ganhos médios de até 1,8 kg por dia. A carne é destinada ao mercado externo.

A adoção da irrigação na propriedade começou em 2020, com um investimento que foi quitado ainda durante a pandemia, impulsionado pela valorização da soja no mercado. "Valeu a pena, e agora estamos planejando ampliar", diz Rios. Ele reforça que a tecnologia, além de garantir a produtividade, agrega valor às terras.

Com o aumento das temperaturas e períodos de estiagem mais frequentes, a irrigação tem se consolidado como uma solução estratégica para manter a competitividade da produção agropecuária na região.