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Os projetos de construção de barramentos em áreas de irrigação no estado de Goiás receberão um novo incentivo. Ao estado serão repassados cerca de R$ 7 milhões para as obras nos municípios de Cristalina, Rio Verde e Santa Helena de Goiás.
A liberação do recurso vindo do Governo Federal foi anunciada ontem pelo Secretário de Planejamento, Oton Nascimento Júnior, em Cristalina, durante a realização do Irriga Mais – um dia de campo sobre irrigação. Segundo o secretário o recurso chegará ainda esta semana.
A liberação de recursos - específicos para projetos de barragens destinadas ao armazenamento de águas das chuvas para serem utilizadas em lavouras irrigadas no período de estiagem – deveria ter sido realizada no início deste ano. Sob a justificativa de contenção de investimentos por causa da crise econômica, a quantia devida a Goiás foi contingenciada. De acordo com o presidente da Comissão de Irrigantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Tiago Mendonça, a construção desses barramentos permitirá que a área irrigada na região seja triplicada, com efeitos diretos na produção.
Produção irrigada
No dia de campo Irriga Mais – promovido pelo Sindicato Rural de Cristalina, Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), secretarias de Agricultura e Planejamento e prefeitura de Cristalina - estiveram presentes o governador Alcides Rodrigues, secretários de estado, representantes dos Ministérios da Agricultura e Integração Nacional e autoridades municipais. Durante as visitas discutiu-se a importância ambiental e socioeconômica da irrigação.
O objetivo do evento era justamente reunir autoridades e técnicos para apresentar a realidade das produções irrigadas no estado. “Queremos quebrar os mitos de que a irrigação é atividade degradadora do meio ambiente e altamente consumidora de água”, disse o presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Faeg, Alécio Maróstica. As autoridades visitaram propriedades rurais cuja atividade principal é a irrigação. Nelas puderam ver quais as técnicas que permitem sustentabilidade entre produção de alimentos e preservação do meio ambiente.
Em todas elas a prática recorrente é o armazenamento de água. Maróstica que coordenou o dia de campo Irriga Mais explica que como Goiás tem estações muito bem definidas – uma de chuvas abundantes e a outra com um rígido período seco – os barramentos funcionam como armazéns de água. Durante o período chuvoso, as precipitações são retidas e utilizadas ao longo da estiagem.
Maróstica explica que somente a irrigação permite que no Brasil Central haja 2,5 safras ao longo do ano e 1,5 a mais em produção. A irrigação oferece um melhor controle de pragas e doenças, o que resulta em menor uso de defensivos agrícolas e melhor qualidade dos alimentos. A atividade abre margem para a exploração de culturas de maior valor comercial e gera mais riquezas em um mesmo espaço. Mesmo sendo uma atividade altamente tecnificada a irrigação aumenta a oferta de empregos. “Ela oferece a chance do cumprimento da função social da terra”, explica.
Números de irrigação em Cristalina
Cristalina se destaca hoje como o maior município irrigante de Goiás, tendo 570 pivôs em uma área de 47 mil hectares. É o maior produtor de batata, trigo, milho doce e alho irrigados do Brasil e maior produtor de cebola e café irrigados de Goiás. Além destas culturas, a cidade tem grande relevância na produção de feijão, cenoura, beterraba, milho doce, semente e comum, tomate, maracujá, cabutiá, soja semente, citros, brócolis, couve-flor, espinafre, vagem verde e ervilha.
Francila Calica
Departamento de Comunicação Sistema FAEG/SENAR
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