Intercâmbio de tecnologias acelera avanços no agronegócio

J.Assy quer ampliar presença em diversos países promissores, tendo os EUA como um dos principais mercados, onde a empresa já fatura mais de US$ 1 milhão

30.09.2021 | 20:59 (UTC -3)
Kassiana Bonissoni

Desde o estouro da pandemia em março de 2020, o mundo dos negócios teve uma grande transformação. Muitas empresas faliram, outras novas surgiram, e essa “metamorfose” deve seguir pelos próximos anos. Com boa parte da população mundial já vacinada, pelo menos com uma das doses, aos poucos os mercados internacionais começam a reabrir suas portas, principalmente aos brasileiros.

Ansiosos por essa retomada está a J.Assy, que ao longo desses últimos 18 meses de pandemia, aproveitou para realinhar sua estratégia de atuação e expansão, principalmente no mercado externo. Inclusive, a empresa recentemente encabeçou um novo projeto intitulado de plataforma de inovação no agronegócio. A ideia é apoiar e disponibilizar todo seu conhecimento e expertise para acelerar o crescimento de jovens e promissoras empresas, tanto no Brasil quanto no exterior, proporcionando assim um intercâmbio de tecnologias para o agronegócio.

De acordo com José Roberto Assy, fundador da marca e presidente do conselho da empresa, que está de malas prontas e se prepara para um tour nos Estados Unidos e Canadá para visitar clientes e prospectar novas parcerias, esses últimos meses foram de muita reflexão e preparação para essa retomada. “Por conta da pandemia tivemos que desacelerar nossas atuações no mercado internacional, mas agora que estamos prontos, vamos com tudo. Nessa primeira viagem, vou visitar parceiros nos dois países e também iremos em busca de startups promissoras, jovens empreendedores e novas oportunidades”, diz.

Ampliar a presença nos EUA é um dos principais focos da viagem do executivo. Atualmente a companhia já fatura mais de US$ 1 milhão no país norte-americano, e acaba de abrir vagas para ampliar seu time de colaboradores local. “Basicamente, nós temos apenas um funcionário lá, e só comercializamos o sensor de adubos. Agora planejamos ter um time completo, uma pessoa no marketing e novos produtos, com foco no mercado, um vendedor, um engenheiro projetista para poder conectar com nosso time de desenvolvimento no Brasil, e o quarto profissional seria da área administrativa. O foco agora é ganhar mercado por lá também, inclusive com o lançamento de novos produtos”, destaca o executivo.

Ainda segundo Assy, o grande objetivo nos EUA não é apenas crescer em vendas, mas sim, aproveitar o conhecimento local para desenvolver tecnologias e soluções que possam ser úteis também em outros países, como o Brasil, por exemplo. “Olha que vantagem de ser uma empresa global; temos um sensor de adubos brasileiro que nos entrega uma margem muito boa com venda aos americanos. Por outro lado, estamos desenvolvendo tecnologias lá que também podem ser muito eficientes na agricultura aqui. Por isso, vamos explorar bastante o mercado americano e europeu para chegar também ao crescimento de 35% ao ano”, diz.

Mercados promissores para o agro

A Ucrânia é a bola da vez da Europa, ela tem áreas grandes ainda inexploradas, com uma agricultura menos tecnificada do que a França e Alemanha, por exemplo, mas com grande potencial principalmente para o cultivo de girassol e soja. Segundo Assy, os ucranianos têm muita carência de tecnologia, tanto que a J.Assy chegou ao país após demanda e insistência deles.

Há 2 anos, a empresa brasileira está fazendo testes com o dosador de sementes Selenium, colhendo amostras e estudos, e o resultado tem sido positivo. Desenvolvido para transformar a vida do agricultor, o dosador pneumático da J.Assy é de fácil manuseio, não necessita de regulagem e proporciona melhor espaçamento de sementes. Entre os diferenciais, estão: o kit SojaFlow, que garante alto desempenho na distribuição e singulação da soja, tampa no hopper para facilmente interromper o fluxo das sementes, visor para acompanhar o desempenho do plantio, e o único no mercado à prova de chuva.

Agora, após esse período de testes, os ucranianos fizeram um pedido de compra do produto. A demanda projetada somente para o país é de 800 unidades do Selenium. “Estamos felizes em iniciar a venda neste mercado promissor. Vamos também abrir uma filial na Alemanha ano que vem, que estava prevista para este ano, mas que devido à pandemia foi adiada. A ideia é estar mais presente nestes mercados, entendendo suas necessidades e aplicando nossas soluções”, acrescenta o presidente do conselho da J.Assy.

Além dos Estados Unidos, Canadá, Ucrânia e Alemanha, a J.Assy tem  grande atenção com os países vizinhos do Brasil, por isso sua atuação e crescimento já são consolidadas, tanto na Argentina quanto no Paraguai com forte distribuição. Segundo Assy, o mundo de forma geral é carente de tecnologia, por isso há um oceano azul de oportunidades.

Com essa premissa, a empresa brasileira também volta os olhos para a Austrália e a Ásia. “Nós depositamos a primeira patente na China, sem dúvidas é um mercado muito interessante que também vamos acessar. Entretanto, a prioridade agora é a América do Norte. Tem que ter prioridades em uma empresa, eu inclusive pretendo me mudar para lá no ano que vem para acompanhar de perto esse processo”, acrescenta o executivo.

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