Inovação da Cajuína ao Carotenóide do Caju

Um exemplo de empresa genuinamente de tecnologia da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE) é a Sabor Tropical, que introduziu inovação na cajuína que vem sendo produzida pelo mesmo método desde que Rodolfo Teófilo registrou a fórmula, em 1900. O processo artesanal que usa cola ou gelatina obteve a normatização do Ministério da Agricultura.

 

Fernando Furlani, o diretor da empresa, inovou ao resolver um dos problemas do processo produtivo em escala industrial, a filtragem, com clarificação sem aditivos obtida por meio de ultrafiltragem, dispensando o uso da cola, que ele critica. A tecnologia da microfiltração aplicada pela empresa na Cajuína Sabor Tropical foi fornecida pela Embrapa Agroindústria Tropical.

 

“Agradeço à Embrapa ao processo de incubação e pelo pacote tecnológico. Nem uma das tecnologias funciona sozinha, mas todas juntas”, disse Furlani. Os negócios com a cajucultura da empresa que produz a Cajuína Tradicional, segundo ele, já receberam benefícios da Embrapa graças à variedade do caju anão precoce em pomar de 400 hectares que nos anos 1997 a 2000 gerou receita de US$ 20 mil por hectare-ano.

 

Outro produto da Sabor Tropical é o Carotenóide Amarelo do caju, um extrato concentrado natural, que pode ser fonte de pigmento para adição aos alimentos para atração do paladar com tonalidade que varia do vermelho ao amarelo. Também foi gerado pela Embrapa Agroindústria Tropical e chega ao mercado através da empresa.

 

Em 2001, a empresa abriu nova frente de comercialização da cajuína, ao armazenar o produto em tonéis de 200 litros que vende a indústria de refrigerantes. Foi uma saída para a curta sazonalidade da safra do caju, de apenas três meses do ano. Segundo Furlani, a produção é concentrada em 55 dias em média, 15% do ano, mas que passado limitou-se a 49 dias.

 

A Sabor Tropical é incubada no Partec, a incubadora da Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec), e pelo Proeta, Programa de Incubação de Agronegócios da Embrapa. Desde 2001, a empresa já recebeu apoio do programa de transferência de tecnologia do Sebrae (Patme), teve aprovado projeto no Fundo de Desenvolvimento Científico (Fundeci) do BNB para modernização do processo de fabricação do bag in Box. Conquistou o Prêmio Bitec 2005 de Desenvolvimento Tecnológico das Micro e Pequenas Empresas do Ceará, iniciou no âmbito do Proeta em 2005 o projeto Carotenóide Amarelo do Caju (CAC) e em 2007 implantou as Boas Práticas de Fabricação pelo Senai. Pelo programa de Apoio Tecnológico à Exportação (Progex) do Nutec de 2008 trabalho design de embalagem e certificação orgânica dos produtos. Este ano a empresa lançou a Cajuína Orgânica e aprovou projeto no Fundo de Inovação Tecnológica (FIT) para complemento no processo do CAC separação dos compostos.

 

Flamínio Araripe

Proeta

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