Alta da ureia no Brasil chega a US$ 30 por tonelada
Índia impulsiona preços da ureia e produtores brasileiros enfrentam custos maiores às vésperas da safrinha 2025/26
A inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) foi de 0,24% em junho de 2025, ligeiramente abaixo do registrado em maio (0,26%). Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), no grupo Alimentação e Bebidas, houve recuo de 0,18%, com destaque para a queda nos preços do arroz (-3,23%), da carne (-0,35%) e da cenoura (-7,89%). Já a energia elétrica residencial subiu 2,96%, pressionada pela bandeira tarifária vermelha, e teve o maior impacto individual no índice geral do mês.
Para o produtor rural, os efeitos do IPCA são sentidos em dois extremos. De um lado, a redução no preço dos combustíveis (-0,42%) ajuda a aliviar os custos tanto dentro quanto fora da porteira. De outro, a elevação da conta de luz encarece atividades que dependem fortemente de eletricidade, como irrigação, resfriamento, climatização, bombeamento e aeração.
Apesar da queda no grupo Alimentação em junho, o acumulado dos últimos 12 meses mostra alta de 6,66% no segmento, com a Alimentação no domicílio subindo 6,23%. No mesmo período, o IPCA geral acumulou alta de 5,35%, superando o teto da meta de inflação para 2025 (4,5%).
Enquanto os preços de alimentos desaceleraram no Brasil, o mercado internacional mostrou tendência oposta. O Índice de Preços de Alimentos da FAO (IPFA) subiu 0,5% em junho, puxado pelo aumento global das carnes e dos laticínios. As carnes atingiram o maior nível em um ano, refletindo menor oferta de exportações brasileiras e forte demanda nos EUA. Já o preço do arroz caiu no exterior, em linha com a retração observada no mercado interno.
A comparação entre os indicadores reforça a complexidade da dinâmica de preços no agro, com fatores domésticos e internacionais influenciando os custos e as margens do setor produtivo.
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