II Moderpec debate cadeia produtiva da carne em Salvador

02.12.2008 | 21:59 (UTC -3)

Começou nesta terça-feira (02/12), no auditório do Hotel Sofitel, em Salvador, o II Encontro dos Produtores do Programa de Modernização da Pecuária de Corte da Bahia, o Moderpec. Até amanhã, cerca de 300 produtores de diversas regiões do estado debatem as soluções para alavancar e melhorar a cadeia produtiva da carne bovina, dentro dos contextos nacional e mundial. Temas como o incremento na gestão das propriedades, o investimento em conhecimento e novas tecnologias, a organização da cadeia, o estreitamento de laços de parceria entre Governo e iniciativa privada, além do cenário de crise e suas oportunidades marcaram os discursos, já na solenidade de abertura.

O evento dentre outros, teve a participação do secretário de Ciência e Tecnologia da Bahia, Ildes Ferreira, representando o governador Jaques Wagner, e do ministro do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz.

O Moderpec é realizado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Sebrae e acontece simultaneamente à Feira Internacional da Agropecuária, a Fenagro que começou no último dia 29 e prossegue até domingo (07), no Parque de Exposições de Salvador.

Em seu discurso de abertura da programação, o presidente do Sistema Faeb/Senar, João Martins da Silva, lembrou que a sustentabilidade da pecuária de corte na Bahia depende de mais fatores, além das iniciativas pessoais do produtor. Ela passa, segundo Martins, também, pela implantação de políticas governamentais para o agronegócio e pelo investimento na estrutura logística ao longo de toda a cadeia produtiva. “Não adianta a Bahia ser livre de febre aftosa com vacinação, se não temos um rebanho adequado para exportar. Se não temos as ferramentas para garantir uma pecuária competitiva e moderna”, alertou.

Representando o governador do Estado, o secretário Ildes Ferreira enfatizou a importância da organização dos produtores. “O governo vê com bons olhos essa movimentação dos produtores e eventos como este. Isso favorece a implementações novas ações para o setor e este é o melhor momento para se pensar em coisas novas e positivas, com a ameaça de uma crise, que precisamos enfrentar com reação, ousadia e vontade política do Estado em contribuir com este segmento”, afirmou.

Já o superintendente do Sebrae Bahia, Edval Passos, destacou a importância do conhecimento e do trabalho do Sebrae na educação empresarial do produtor. “Nenhum setor da economia contemporânea pode se ater em um único tipo de conhecimento. As fazendas têm de ser concebidas como empresas. Isso implica controle, não só financeiro, como da qualidade de tudo o que se produz”, disse Passos.

Também participaram da mesa, o superintendente de Desenvolvimento da Agropecuária da Seagri/BA, Wiltom Cunha, a superintendente do MAPA, Maria Delian Sodré, o representante do Banco do Brasil, Rogério Bressan, o superintendente do Banco do Nordeste, Nilo Meira Filho.

Foi o ministro do TCU, o veterinário, ex-deputado e ex-secretário de Indústria e Comércio do Estado da Bahia, Aroldo Cedraz, quem deu início à série de palestras do primeiro dia do II Moderpec. Ele destacou, em um panorama da pecuária de corte no Brasil, que a pecuária brasileira, em especial, a baiana, tem feito grandes conquistas. “Está atraindo frigoríficos de grande porte, mantém o status de Zona Livre de Febre Aftosa com vacinação, e seu rebanho, em torno de 11 milhões de cabeças, segundo o IBGE, cresce acima da média nacional. Entretanto, o desfrute no estado ainda é pequeno e o pecuarista não encontra respaldo na outra ponta da cadeia, a remuneração”, lamentou.

Para Cedraz, faltam leis específicas para o desenvolvimento da atividade. “Não há lei de tipificação de carcaça, por exemplo. Esse é um marco regulador que faz falta. Há projetos em trâmite no Legislativo, mas a matéria não anda, por falta de vontade política”. Cedraz citou, ainda, como entraves à pecuária de corte, a deficiência na infraestrutura e a falta de sistematização na produção.

“Para melhorar a sua participação no cenário nacional, a Bahia precisa investir sistematicamente em tecnologia da informação, em crédito rural, industrialização, na qualificação da mão-de-obra e no planejamento por zonas de produção”, alertou. Segundo o ministro, também é fundamental o entrosamento entre as iniciativas pública e privada.

Catarina Guedes

II Moderpec 2008

(71) 3379-1777

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