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Estima-se que o Brasil possua uma área entre 50 mil e 70 mil hectares de cultivo hidropônico, técnica de cultivo protegido, na qual o solo é substituído por uma solução nutritiva contendo apenas os nutrientes indispensáveis aos vegetais e que pode reduzir o consumo de água em até 90%, em alguns casos, se comparado ao sistema convencional.
O cultivo de alface, por exemplo, utiliza no sistema convencional cerca de 25 litros de água por pé da planta. Já no sistema hidropônico, o mesmo cultivar utiliza cerca de 4 litros. Entre as principais culturas que utilizam esta técnica estão as folhosas como alface, rúcula, agrião, almeirão, alguns temperos como salsa e coentro e eventualmente tomates.
O mercado para hidropônicos ainda tem muito para crescer, segundo Rafael de Morais, Gerente Comercial da linha Topseed Premium, da Agristar do Brasil, marca líder no mercado nacional de sementes de alta tecnologia para hortifruticultura. Morais cita como exemplo o interior paulista, que possui entre 25 a 30 empresas que cultivam por meio da hidroponia para um mercado de aproximadamente 20 milhões de habitantes.
“No momento em que a consciência ecológica é uma vitrine e a dificuldade de cultivar em solos ‘cansados’ ou contaminados é grande, o cultivo hidropônico é uma tecnologia que desponta como solução. Atualmente existem eventos específicos para o setor e linhas de sementes, como as desenvolvidas pela Topseed Premium, que buscam difundir mais este importante segmento”, completa Morais.
A Agristar construiu em 2014 em sua unidade de pesquisa em Santo Antônio de Posse (SP), uma estação para cultivo hidropônico, no intuito de aprimorar o desenvolvimento das sementes utilizadas com esta finalidade. “Como consequência deste trabalho, já estão no mercado as alfaces Malice e Camila, a rúcula Roka, o agrião H100 e temperos como salsa Paulista e coentro Vedete, muito adaptados à hidroponia”, finaliza Morais.
A hidroponia surpreende os agricultores pela produtividade. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o sistema rende o dobro de hortaliças em relação ao plantio convencional em uma mesma área. A técnica exige, no entanto, um investimento inicial para montagem da estrutura que varia entre R$ 90,00 a R$120,00 o m². Porém, segundo Ricardo Ziani, especialista da Agristar para a área do Cinturão Verde, o retorno financeiro compensa o custo. “O retorno do investimento tem um tempo médio de três anos. Vale ressaltar que essa média está baseada em áreas a partir de 1500 m² de estrutura mínima realizada”, esclarece Ziani.
O sistema exige a demanda de uma pessoa para cada 1000 m² de cultivo. Não há necessidades de capinas, revolvimento do solo e aplicação de calcário, dentre outros tratos culturais comuns em cultivos convencionais.
Para o consumidor, comprar um produto cultivado no sistema hidropônico custa de 20 a 30% mais do que um produto cultivado de forma tradicional. No entanto, quando se pensa em custo x benefício, esse valor é atenuado porque o produto hidropônico tem maior durabilidade na prateleira, foi cultivado com menos (ou nenhum) defensivo agrícola, é mais limpo e de excelente aspecto.
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