GTPS realiza IV Seminário Interno para balanço anual e apresentação de projetos

No dia 28 de novembro, no auditório da Dow AgroSciences, em São Paulo, aconteceu o IV Seminário Interno do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável, o GTPS, com o objetivo de prestar contas, apresentar as prioridades dentro do grupo, trazer assuntos que foram debatidos nos últimos 6 meses e pontuar novidades e assuntos que serão trabalhados em 2013 com embasamento da ciência. Para isso, participaram representantes de diversos setores da cadeia pecuária, como produtores, indústria, varejo, serviços, instituições financeiras, sociedade civil e instituições de pesquisa.

Após a apresentação do histórico, princípios, membros e parcerias, projetos e perspectivas para 2013 do GTPS, realizada pelo presidente Eduardo Bastos, Relações Governamentais da Dow, representantes do governo, associações e instituições privadas debateram o futuro da pecuária, levantando pontos como o desenvolvimento sustentável, aplicação de tecnologias, ganho de competitividade, políticas públicas, melhor distribuição de crédito rural e redução de gases de efeito estufa e emissão de carbono.

O Assessor Especial do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA, Francisco Sérgio Jardim, apresentou o Plano Nacional da Pecuária e reiterou que encontros como o seminário são fundamentais para sua consolidação, já que ouvir os diversos setores da cadeia contribui para a elaboração de um planejamento alinhado com o mercado. “Precisamos criar políticas públicas direcionadas para manter e aumentar nosso rebanho, melhorar a qualidade dos produtos e ganhar competitividade”, afirmou ele. “A tecnologia está chegando às fazendas, que em muitos casos tem um modelo de primeiro mundo da porteira para dentro. Só que da porteira para fora falta infraestrutura e melhores condições de logística, e isso é o que o Estado precisa resolver”, concluiu.

Para Arnaldo Carneiro Filho, Diretor de Planejamento Territorial da Secretaria de Assuntos Estratégicos, o problema vai além – “o Brasil tem políticas públicas que não enxergam o território como um todo e acabam distribuindo crédito rural aleatoriamente, o que, além de não trazer garantias, não contribui efetivamente para a recuperação dos 15 milhões de hectares que necessitam de reforma no país”, acredita. Ainda de acordo com ele, as informações necessárias já estão disponíveis, o próximo passo é agrupá-las corretamente e utilizá-las de forma estratégica, e o MAPA está trabalhando neste sentido.

Outro assunto abordado foi a recente crise internacional de recursos e agropecuária. Para Henning Steinfeld, Chefe da Agência de Informação e Políticas para a Pecuária da FAO, alguns fatores somados foram determinantes para o cenário atual, como a mudança climática, diminuição de 1/3 das calotas polares nos últimos anos, escassez de terra e água em alguns países, restrição de petróleo e carência de energia. Segundo Steinfeld, para amenizar a situação, a pecuária precisa descobrir como transformar terras e nutrientes em produtos alimentares de forma eficiente e sustentável, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa e de carbono. Para isso, grupos de discussão como o GTPS precisam se formar para desenvolver formas sustentáveis de produção.

Cameron Bruett, Presidente da Global Roundtable on Sustainable Beef, GRSB, grupo semelhante ao GTPS que envolve membros no mundo todo, também acredita nisso – de acordo com ele, não existe um modelo único para todas as mesas redondas locais, mas trazer pontos de vista e compartilhar orientações ajuda a encontrar soluções para diversos déficits de toda a cadeia. Para Bruett, “precisamos dar suporte e apoiar companhias que estão trabalhando em prol da sustentabilidade social, econômica e ambiental, para tentar garantir que as próximas gerações tenham acesso a todos os recursos que temos disponíveis hoje”.