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Dentre as atividades desenvolvidas durante a oficina técnica da Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o Agronegócio (RIPA), em Manaus/AM, houve a eleição de demandas, portfólios de projetos e políticas públicas dentre dos quatro segmentos nos quais os 67 representantes dos 81 convidados foram divididos.
Na terça-feira (13), o pesquisador da Embrapa Instrumentação Agropecuária, de São Carlos (SP) e coordenador-executivo da RIPA, Paulo Cruvinel, apresentou aos pesquisadores a metodologia que seria empregada durante os demais dias de atividade da oficina técnica. “[As demandas e o portfólios de projetos] não vêm em um pacote pronto, fechado, mas é algo que vai ser estabelecido e organizado a partir desse processo participativo” ressaltou.
Em sua fala, Cruvinel também destacou a metodologia feita pela RIPA. “Ela foi em parte adaptada e em parte desenvolvida a partir de um trabalho. Dela, trabalha-se a organização das prioridades em um determinado tempo e a partir daí, de forma adaptativa, busca-se um critério de priorização”, disse.
Para que a margem de erro fosse mínima, foram utilizados a adoção de notas que variavam entre um e seis. Cada um dos quatro grupos continha, além dos especialistas nos assuntos, um coordenador, um redator e um relator. Esse último apresentou em plenárias os pontos levantados durante as reuniões individuais.
Assuntos críticos
Cada um dos grupos organizou os assuntos críticos de sua área. A apresentação de cada uma delas aconteceu em plenária, ocorrida na tarde de quarta-feira (14). Os especialistas que abordaram a agricultura e o carbono elegeram, durante as reuniões 15 tópicos; o de vulnerabilidades, apontaram sete itens; o de mitigação, sete; o de uso sustentável de recursos renováveis, subdividiram suas ações em três vertentes: a industrial, composta por sete pontos, a agroflorestal, com 12 itens e as ações transversais, compostas por 13 tópicos. No último ponto, houve uma nova divisão que englobou a educação, a logística, os sistemas de produção, os recursos hídricos e a gestão.
Eleições de projetos
Na manhã de quinta-feira (15), após finalizar a redação final dos projetos, todos os presentes participaram da plenária que marcou o encerramento da oficina técnica. O grupo de vulnerabilidades elegeu, após as discussões, que os projetos prioritários para a área são os que abordarão a precariedade dos dados hidroclimáticos, a ausência de mapas de risco e a ampliação da capacitação técnica de recursos humanos.
O grupo que abordou o uso sustentável de recursos renováveis apresentou um portfólio de projetos abordando as divisões presentes na discussão que elencou os pontos críticos. No tópico agroflorestas, os projetos eleitos foram o da construção de centrais geradoras de energia elétrica, que funcionariam a partir de um manejo sustentável e pré-programado e baseado em fontes alternativas de energia, como a eólica, a solar e a termoelétrica e um agroflorestal para a melhora da qualidade de vida das famílias rurais na Amazônia.
Já os envolvidos nas ações transversais elencaram, com foco no trabalho realizado através das pesquisas, os projetos que formem uma rede estruturante para a coordenação da pesquisa científica sobre temas amazônicos e o que cria o desenvolvimento da sustentabilidade de cadeias de horti-frutis com alto potencial comercial. A piscicultura também foi elencada como meta, como o desenvolvimento de trabalho na linha genética do tambaqui, bem como a gestão e segurança dos recursos hídricos com foco na agroindústria e aquicultura.
Na parte industrial, o projeto principal diz respeito à substituição do petróleo por uma composição de celulose, material presente nas madeiras e, consequentemente, nas florestas. Além dos derivativos, foi eleito o desenvolvimento de pesquisas para a realização do etanol a partir do mesmo material.
O grupo que discutiu a mitigação dos efeitos climáticos na produção agrosilvipastoril subdividiu seu trabalho e chegou a definição dos projetos sobre manejo de solos para a sustentabilidade dos sistemas agrícolas e redução de emissões dos gases do efeito estufa (GEE), preservação e valorização dos recursos hídricos, estabelecimento de um protocolo para a realização de inventários de emissões de GEE em sistemas de produção agrícola, realização de inventários das emissões da GEE, adequação de sistemas agrícolas para redução das mesmas, uniformização metodológica para estimativa de balanço e balanço de energia por unidade de produto.
Outros pontos estabelecidos na discussão desse grupo foram a otimização do balanço de energia dos sistemas de produção, estudo pecuário da cadeia produtiva amazônica, recomposição de áreas de reserva legal e de proteção permanente e desenvolvimento de sistemas integrados lavoura-pecuária-floresta.
O grupo que desenvolveu discussões sobre a agricultura e o carbono elegeram como prioridades o desenvolvimento de um cartão verde. As empresas receberiam esse indicativo por demonstrar seu alinhamento ao desenvolvimento sustentável, a qualificação de áreas desmatadas identificadas pelo projeto Prodes, coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), capacitação e transferência de tecnologia utilizando boas práticas para otimizar recursos e diminuir o impacto rural e valoração de serviços ambientais da Amazônia Legal.
O deputado estadual Luiz Castro, que também é presidente da comissão de meio ambiente da Assembléia Legislativa do Amazonas, esteve presente no encerramento do evento. “A gente percebe o quanto o Brasil está interagindo do ponto de vista científico tecnológico político”, comentou. “Gostaria de reconhecer a importância desse evento aqui em Manaus e gostaria muito de repercuti-lo na Assembléia e também com os segmentos da sociedade rural do Amazonas”, afirmou.
Michel Lacombe
Portal RIPA
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