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Uma iniciativa promovida pelo Grupo Solvay e a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP), foi lançada nesta semana com foco em desenvolver formulações e soluções para biológicos na agricultura. A parceria visa a melhoria de prateleira de microrganismos selecionados para aplicação foliar e tratamento de sementes.
O professor Ítalo Delalibera Júnior, do Departamento de Entomologia e Acarologia da ESALQ-USP, é o responsável pela coordenação do projeto. Ele é especialista em controle biológico baseado em microrganismos, e dirige um laboratório focado no desenvolvimento de bioprodutos utilizados principalmente como bioinseticidas, biofungicidas, bionematicidas e inoculantes em diferentes culturas agrícolas.
O laboratório também faz parte do ecossistema de inovação da Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização que apoia instituições de pesquisa tecnológica fomentando a inovação na indústria brasileira.
“Estamos unindo forças neste projeto. A ESALQ-USP, através do laboratório do professor Ítalo, colocará à disposição seu know-how na descoberta de biopesticidas, bioprocessos e aplicações agronômicas, enquanto a Solvay aportará o seu amplo conhecimento em formulações para o setor agrícola com surfactantes, polímeros, carreadores e aditivos inovadores”, comenta Fernanda Costa, Gerente de Pesquisa e Inovação Agro na América Latina e Gerente Global de Pesquisa e Inovação para o segmento de Biológicos do Grupo Solvay.
De acordo com o professor Ítalo, existe uma carência muito grande de informações sobre formulações para biológicos. “Nós temos criado competências nesta área especialmente no desenvolvimento de produtos direcionados para cada alvo usando conhecimento sobre a bioecologia das pragas, doenças e nematóides. A parceria com a Solvay permitirá identificar compostos mais compatíveis com os biológicos e que possibilitem melhoria da eficácia em campo e aumento do período de prateleira”, afirma.
O desenvolvimento de insumos biológicos para a agricultura é um dos pilares da estratégia global de crescimento da Solvay no setor Agro. “E o Brasil tem um papel relevante nessa estratégia: além de sua importância na agricultura mundial, o país é um dos maiores mercados de biológicos do mundo e referência na aceitação e adoção de bioprodutos nas lavouras”, acrescenta Fernanda Costa, da Solvay.
A Solvay pretende ampliar sua participação no segmento de biológicos ao utilizar o pioneiro Laboratório de Biotecnologia Industrial (IBL, na sigla em inglês), instalado no Centro de Pesquisa e Inovação da companhia em Paulínia (SP). No local, também funcionam o laboratório dedicado a formulações agro e o laboratório voltado ao tratamento de sementes, além da infra-estrutura de caracterização microbiológica, analítica e físico-química.
O IBL tem como foco principal a pesquisa de novos processos e moléculas derivados da biomassa e a sua transformação em soluções inovadoras para atender aos mercados de atuação da empresa. Totalmente integrado, o laboratório é capaz de cobrir toda a cadeia de valor de biomassa, desde a sua caracterização até a fase de obtenção de novas moléculas e soluções.
Em 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento implementou o Programa Nacional de Bioinsumos para incentivar o uso de insumos biológicos na agricultura, promovendo seu desenvolvimento sustentável.
Os bioinsumos vão desde sementes, fertilizantes, inoculantes, produtos para nutrição vegetal e animal, extratos vegetais, produção de inimigos naturais de pragas, vacinas veterinárias, defensivos feitos a partir de microrganismos benéficos para o controle de doenças até produtos ou tecnologias homeopáticas que possuam ativos biológicos em sua composição. Eles fazem parte da bioeconomia, com produtos destinados a diversos segmentos de mercado, além do agroindustrial.
Segundo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Bioeconomia movimenta em torno de 2 trilhões de euros e gera 22 milhões de empregos. No estudo The Bioeconomy to 2030: Designing a Policy Agenda, a OCDE indica que até 2030 a Bioeconomia deverá responder por 2,7% do PIB dos seus países membros.
Esse percentual poderá ser ainda maior em países como o Brasil, devido à sua biodiversidade e políticas públicas que incentivam as cadeias produtivas que utilizam os recursos naturais de forma sustentável e consciente.
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