RS Safra 2025/26: colheita do trigo avança em ritmo moderado
Emater/RS aponta atraso em relação à média das últimas safras, mas lavouras mantêm bom desempenho e qualidade dos grãos
A chuva de granizo que atingiu a região de Sarandi, no Rio Grande do Sul, na última segunda-feira (3/11), causou prejuízos em vinhedos e pomares e levou produtores a buscar orientações técnicas para manejo das áreas afetadas. Para apoiar os agricultores, o enólogo e extensionista rural da Emater/RS, Thompsson Didoné, elaborou recomendações práticas para avaliação dos danos e recuperação das plantas.
Segundo Didoné, a primeira medida após a ocorrência de granizo é realizar a aplicação de produtos à base de cobre, associada a um espalhante adesivo. “O objetivo é auxiliar a planta na cicatrização das feridas no menor tempo possível, evitando necroses e o gasto excessivo de energia e nutrientes”, explica. A prática também reduz o risco de disseminação de fungos patogênicos nas áreas atingidas.
O extensionista destaca que é fundamental avaliar o estádio fenológico da cultura para definir o manejo. No caso da videira, a fase de florescimento é a mais crítica. “O ferimento por granizo interrompe a produção de fotoassimilados e pode causar colapso nos órgãos vegetativos. Quando o sistema radicular deixa de receber fotoassimilados da copa, inicia-se um processo de degeneração, comprometendo principalmente as raízes mais finas”, detalha.
A decisão sobre o manejo da safra depende de diversos fatores, como a idade do pomar, as condições econômicas da propriedade, a porcentagem de frutas atingidas, o grau de avaria, o estágio de desenvolvimento dos frutos, o destino da produção e o nível tecnológico da área. “De forma geral, recomenda-se a retirada das frutas machucadas, para que a planta não desperdice energia com frutos inviáveis e possa direcioná-la à recuperação”, orienta Didoné.
Em relação à poda, o técnico ressalta que é necessário observar o vigor dos galhos. Nos pomares ou vinhedos muito atingidos, galhos com vigor fraco devem ser eliminados por completo. Quando o vigor é médio, recomenda-se realizar a poda preservando uma única gema basal. Já os galhos mais fortes e vigorosos podem ser mantidos com duas ou três gemas basais.
“Nos vinhedos severamente atingidos, o foco deve ser a recuperação da planta, e não a tentativa de obter nova safra ainda neste ano”, enfatiza o extensionista. “O ideal é concentrar esforços em curar os ferimentos, reduzir o estresse e estimular a brotação para garantir o potencial produtivo nas próximas safras”, conclui.
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