Fungicidas e cultivares são avaliados para combate à podridão de grãos na soja
Redes de pesquisa analisam várias frentes para investigar o problema que atinge lavouras de Rondônia e Mato Grosso
Nesta semana, integrantes da citricultura paulista reuniram-se no Palácio dos Bandeirantes, junto ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para conversar sobre o greening, que já atinge 38,06% das laranjeiras de São Paulo e Minas Gerais. O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, abriu o encontro.
“Precisamos aprender com os erros. Todos vimos o que aconteceu com a Flórida [nos EUA, onde a produção, em 20 anos, caiu de 240 milhões de caixas de laranja de 40,8 kg para 20 milhões]. A citricultura é um orgulho para nós de São Paulo. Estamos cem por cento empenhados em superar o problema”, afirmou Piai.
Na sequência, representando os citricultores, o Fundecitrus apresentou o panorama geral da doença no mundo e no Brasil, os principais desafios e propostas para soluções no curto, médio e longo prazo — programa de Estado de comunicação; eliminação de plantas doentes em pomares abandonados e áreas não comerciais, além de auxílio aos pequenos produtores; orientação e fiscalização no controle do psilídeo; regionalização das estratégias de controle; e chamada especial da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
“A cooperação, que está na própria origem do Fundecitrus, é fundamental neste momento”, disse o presidente da instituição, Lourival Carmo Monaco. “O setor precisa do governo. Porque a citricultura pode se inviabilizar em São Paulo nos próximos anos", pontuou o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres.
Após considerações do Centro de Citricultura “Sylvio Moreira”/Instituto Agronômico de Campinas (IAC), da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), o governador anunciou, por meio de decreto, a formação de um Comitê Estadual para contingência do greening.
“Com o decreto, podem atuar conjuntamente Secretaria de Agricultura e Abastecimento [SAA], Casa Civil, Secretaria da Fazenda e Planejamento, Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, porque vamos envolver a Cetesb [para celeridade nas autorizações de queima de árvores doentes eliminadas], Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, porque vamos envolver a Fapesp”, argumentou. “Tem de ser um comitê vivo, com trabalhos permanentes. Estamos numa luta contra o tempo. Contem com o Governo do Estado de São Paulo”, disse Tarcísio.
Para o citricultor Eurides Fachini, a reunião foi muito importante porque o momento é de extrema gravidade. “Em mais de 50 anos de citricultura, eu nunca vivi uma situação tão difícil quanto a atual. Saímos da reunião com objetivos claros. O novo governo foi muito ágil, entendeu nossa preocupação. Ainda é cedo para dizer o que vai acontecer, mas as expectativas são positivas”, avaliou.
O diretor-geral da Cambuhy Agrícola, Alexandre Tachibana, relatou que é notória a preocupação do governador de São Paulo e do secretário de Agricultura e Abastecimento com a situação. “Estamos ameaçados. E o greening nos impacta cada vez mais velozmente. Por isso, o Comitê Estadual nos dá a possibilidade de agir com mais velocidade que a doença”, comentou.
Os primeiros passos do Comitê Estadual, de acordo com o próprio governador, devem ser uma grande campanha de conscientização e orientações em relação ao greening, fiscalização de pomares abandonados e fortalecimento da pesquisa para aprimoramento do controle (curto e médio prazo) e soluções duradouras (longo prazo).
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