Governo argentino autoriza novos milhos transgênicos

Plantas apresentam baixa estatura, tolerância ao glifosato e proteção contra insetos

24.06.2025 | 14:44 (UTC -3)
Revista Cultivar

A Secretaria de Agricultura da Argentina autorizou, por meio das resoluções 91/2025 e 92/2025, novos eventos de milho geneticamente modificado. As cultivares aprovadas combinam características agronômicas e biotecnológicas para enfrentar desafios climáticos e fitossanitários. Os técnicos concluíram que os eventos não representam riscos à saúde ou ao meio ambiente.

O primeiro evento autorizado combina cinco modificações: MON-87427-7, MON-948Ø4-4, MON-95379-3, SYN-IR162-4 e MON-88Ø17-3. O milho resultante apresenta quatro atributos principais. A planta tem menor estatura. Tolera herbicidas à base de glifosato. Resiste a insetos lepidópteros (como Spodoptera frugiperda e Diatraea saccharalis). E combate coleópteros (como Diabrotica speciosa).

A baixa estatura provém do evento MON-948Ø4-4, que usa RNA de interferência (miARN GA20ox_SUP) para reduzir a produção de giberelinas. Isso resulta em plantas mais robustas e estáveis.

A resistência a insetos baseia-se nas proteínas Cry1B.868, Cry1Da_7, Cry3Bb1 e Vip3Aa20. Essas toxinas, derivadas de Bacillus thuringiensis, atuam no sistema digestivo dos insetos, provocando morte celular e eliminação da praga.

A tolerância ao glifosato é fornecida por CP4 EPSPS, uma enzima introduzida nos eventos MON-87427-7 e MON-88Ø17-3. Essa proteína permite que o milho continue produzindo aminoácidos essenciais mesmo após a aplicação do herbicida.

O segundo milho autorizado acumula três eventos: MON-87427-7, MON-948Ø4-4 e MON-ØØ6Ø3-6. Também exibe baixa estatura e tolerância ao glifosato, mas não inclui genes de resistência a insetos.

O controle de altura resulta, mais uma vez, da supressão dos genes ZmGA20ox3 e ZmGA20ox5 via miARN. A tolerância ao herbicida combina dois padrões de expressão da proteína CP4 EPSPS. O evento MON-ØØ6Ø3-6 expressa a enzima em todos os tecidos da planta. Já o MON-87427-7 evita a síntese em tecidos reprodutivos masculinos. A combinação das duas versões neutraliza a androesterilidade observada quando o glifosato é aplicado em determinados estágios de crescimento.

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