Com a proposta de fazer uso da tecnologia para revolucionar a gestão de recebíveis para agroindústrias, distribuidores de insumos agrícolas, cooperativas e tradings, a GIRA (Gestão Integrada de Recebíveis do Agronégócio) assinou um contrato de cooperação técnica com a Embrapa para a utilização de uma nova plataforma tecnológica chamada AgroAPI.
Por meio da ferramenta, a GIRA terá acesso a modelos de produtividade para as culturas da soja, milho, arroz, feijão e trigo, além de uma série temporal de dados orbitais para monitoramento da vegetação. Ela também vai ajuda-los a aprimorar um aplicativo de celular para operações do mercado de crédito agrícola. As informações do AgroAPI irão contribuir para aperfeiçoar as análises de produtividade das lavouras financiadas e previsões de safra, bem como auxiliar no processo de tomada de decisão na concessão e acompanhamento do crédito rural. O trabalho conjunto envolve o uso de inteligência artificial e o desenvolvimento de algoritmos de processamento de imagem.
“Somos a primeira empresa do Brasil a ter acesso a todo banco de dados da Embrapa via o AgroAPI. A ferramenta possui toda a base de dados que a empresa coletou nos últimos 40 anos e será de fundamental importância em nossa nova fase empresarial como uma AgFinTech. Nós desenvolvemos uma matriz de crédito que leva em consideração o histórico de produtividade, custo de produção, logística e posicionamento de cada propriedade rural. Com a integração com a AgroAPI da Embrapa, vamos conseguir predizer de forma muito mais objetiva as necessidades agronômicas e a capacidade de produtividade, aperfeiçoando assim a forma de conceder dinheiro para o campo”, explica Gianpaolo Zambiazi, CEO da GIRA.
A plataforma AgroAPI contempla desde informações sobre produtividade e cultivares até zoneamentos agrícolas, que podem ser úteis, por exemplo, no desenvolvimento de soluções para o planejamento e monitoramento da produção e a gestão de risco agrícola. Países como os Estados Unidos, Austrália e França já dispõem de plataformas semelhantes.
Nova fase:
Após atingir a marca de R$ 1 bilhão geridos em operações de crédito para os seus cliente, a Gira se prepara para entrar em uma nova fase – o que contempla passar a atuar no campo de funding provider e de governança. Ou seja, a ideia é passar a trabalhar também como uma Fintech, revisando práticas de adequação para estabelecer e dar mais qualidade nos papéis do setor de agronegócios para compra dentro do mercado de capitais. “Passaremos da fase de gestora de crédito para a de certificadora e concessora de créditos. Nossa expectativa nesta nova fase é revolucionar o modelo de financiamento da produção agrícola no país, que entendemos ser escalável mundialmente”, ressalta Zambiazi.
Aplicativo GIRA.
A GIRA dispõe de um aplicativo que basicamente replica o modelo do UBER para o Agronegócio. O sistema localiza engenheiros agrônomos ou advogados cadastrados em uma determinada área. O vistoriador escolhido vai até o local, faz as evidências da situação da lavoura, seguindo um protocolo de coleta de dados e dá o seu parecer. A partir destas evidências, é possível classificar o risco e comunicar ao credor a situação fática, o que permite com que ele tome uma decisão com base em informações reais e pontuais. O vistoriador, por sua vez, ganha pontos que são convertidos em créditos. Atualmente, a GIRA já possui mais de 1100 cadastros de engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas e advogados aptos a fazer a coleta e análise de informações sobre áreas em todo o país que apresentem um potencial de produtividade, além de levantar indicadores de risco.
A GIRA foi uma das empresas selecionadas, em 2018, pelo programa Pontes para Inovação, uma iniciativa da Embrapa e Cedro Capital de fomento ao empreendedorismo, voltada para startups que almejam crescer com adoção de tecnologias da Embrapa. Ainda no mesmo ano a GIRA recebeu um aporte de Venture Capital da Cedro Capital e atingiu R$ 6 milhões em captação para expandir sua capilaridade no país e pela América Latina