Inscrições da 78ª ExpoZebu serão encerradas no dia 6 de abril
No Brasil, a palmeira pupunha tem a região amazônica como seu habitat natural. Os frutos dessa palmeira, assim como o palmito, fazem parte da dieta alimentar dos povos da região Norte. Como atualmente o Brasil vem perdendo espaço nas exportações de palmito devido à extinção da extração do palmito juçara, a palmeira pupunha torna-se uma nova alternativa para substituir o palmito ilegal.
“Para o pequeno produtor é uma forma de aumentar seus ganhos devido a grande demanda de mercado interno e externo”, afirma Clovis Bissi Junior, autor de pesquisa que verificou desenvolvimento da pupunheira sob diferentes formas de adubação. O estudo foi desenvolvido no programa de Pós-graduação em Irrigação e Drenagem, da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ). “Devido à devastação das matas, o atual panorama deficitário de extração de palmito foi o que motivou a busca por novas formas de cultivo”, continua o pesquisador. Foi então que, segundo Clovis, escolheu-se a pupunheira como alternativa de cultivo para suprir a demanda de mercado, pelo fato de apresentar precocidade de colheita, rusticidade, perfilhamento, alta produtividade e boa qualidade de palmito, que são características que melhor se destacam entre as palmeiras tradicionais, sendo o perfilhamento a principal característica que falta ao palmito juçara.
Portanto, a pupunheira desponta de forma promissora para o meio agrícola, uma vez que, em termos de produção, pode ser cultivada racionalmente em áreas sob mecanização agrícola e, dessa forma, viabilizar a produção de palmito de forma ecológica e rentável. “No entanto, ainda são necessários estudos mais aprofundados para o desenvolvimento de clones e melhoramento genético da espécie para que possamos ter uma produção mais uniforme”, comenta o agrônomo.
Orientado por Jarbas Honório de Miranda, professor do Departamento de Engeharia de Biossistemas (LEB), o experimento conduzido por Clovis verificou os níveis de desenvolvimento vegetativo da pupunheira, durante 1 ano, sob diferentes fontes de adubação; orgânica com esterco bovino e suíno, além da via mineral. O projeto, finaciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), mapeou o tratamento que obteve melhor resposta em relação ao desenvolvimento vegetativo da pupunheira em termos de crescimento da planta em altura, diâmetro do caule, tamanho da folha (comprimento da raqui), espessura da raqui e maior número de folhas.
“Quanto à aplicação da matéria orgânica no momento da implantação da cultura, pode-se dizer que sua importância está relacionada ao favorecimento no desenvolvimento radicular da pupunheira”, comenta o pesquisador. Na prática, os fertilizantes orgânicos estimularam a produção da radículas, que são as maiores responsáveis para absorção de nutrientes. Além disso, favoreceu o desenvolvimento das radículas, melhorou a estrutura física do solo e otimizou a proliferação de microorganismos benéficos. “Melhorando a estrutura do solo, ocorreu melhor movimentação do ar, água e nutrientes do solo e troca catiônica”, aponta.
Como conclusão, a reutilização do esterco proporcionou melhor desenvolvimento da pupunheira, sendo que o composto qualificado como esterco suíno obteve melhores resultados. “Podemos destacar que o cultivo da pupunheira apresenta certo grau de dificuldade pelo fato de não apresentar um clone de plantas que apresente um crescimento ideal e uniforme para cada região e, além disso, a implantação da cultura em regiões secas requer irrigação plena. No entanto, a pesquisa poderá trazer benefícios para o setor minimizando custos na produção e na reutilização de compostos que seriam despejados no ambiente, em rios e afluentes”, conclui.
Divulgação
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura