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Estudo revelou que a infecção pelo fungo Beauveria bassiana induz um mecanismo imunológico que leva à destruição de células cerebrais em moscas-das-frutas (Drosophila melanogaster).
O fenômeno, que resulta em neurodegeneração e morte acelerada dos insetos, desperta questionamentos sobre o impacto de infecções fúngicas no sistema nervoso de outros organismos.
A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Birmingham, mostrou que B. bassiana é capaz de penetrar a barreira hematoencefálica das moscas após três dias de exposição.
Uma vez dentro do cérebro, o fungo ativa receptores Toll-1 do sistema imune inato do hospedeiro. Esse processo desencadeia a liberação de peptídeos antimicrobianos (AMPs), que normalmente combatem patógenos. No entanto, a infecção também estimula a produção de Sarm ("selective androgen receptor modulators", ou moduladores seletivos de receptores androgênicos), molécula que inibe a resposta imunológica e induz a morte de neurônios e células gliais.
Os experimentos demonstraram que mais da metade das moscas infectadas morreram após sete dias, enquanto o grupo controle sobreviveu por quase 50 dias.
Além da redução na expectativa de vida, as moscas infectadas apresentaram locomoção comprometida e perda de células cerebrais, incluindo neurônios dopaminérgicos essenciais para o controle motor.
Essa neurodegeneração sugere um possível paralelo com doenças neurodegenerativas humanas, como Parkinson e Alzheimer, onde infecções fúngicas têm sido associadas à inflamação do cérebro.
Segundo a professora Alicia Hidalgo, autora correspondente do estudo, a descoberta demonstra como fungos podem manipular a resposta imune do hospedeiro a seu favor.
"B. bassiana consegue ativar um receptor imune que deveria proteger o cérebro, mas, em vez disso, induz um caminho de evasão imune que resulta na destruição de células cerebrais", explicou.
Beauveria bassiana é um fungo entomopatogênico usado amplamente no controle biológico de pragas. Ele é conhecido por infectar diversos insetos, incluindo aqueles prejudiciais às lavouras, como gafanhotos e besouros. No entanto, o novo estudo levanta questões sobre possíveis impactos colaterais, especialmente em insetos benéficos, como polinizadores.
Mais informações podem ser obtidas em doi.org/10.1371/journal.pbio.3003020
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