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Os fungicidas químicos continuam mais eficientes que os produtos biológicos no controle das principais doenças foliares da soja. É o que indicam os resultados divulgados pela Embrapa Soja após a conclusão de 38 experimentos realizados por diversas instituições de pesquisa na safra 2024/25. O estudo, que ocorreu em oito estados brasileiros, avaliou o desempenho de diferentes programas de manejo contra doenças de final de ciclo (DFC) e mancha-alvo. Os números estão na Circular Técnica 217.
No protocolo denominado "programa", que combinou fungicidas químicos com biológicos, os tratamentos apresentaram controle médio entre 53% e 61% para doenças de final de ciclo. Já para mancha-alvo, o controle variou entre 34% e 44%.
No protocolo "solo", com aplicações sequenciais e separadas de produtos químicos e biológicos, o controle das doenças com fungicidas químicos ficou entre 49% e 54% para DFC, enquanto os biológicos controlaram, no máximo, 28% da doença. Para mancha-alvo, químicos controlaram até 39%, e biológicos não ultrapassaram 24%.
Apesar do menor desempenho relativo dos produtos biológicos, todos os tratamentos superaram significativamente a testemunha sem controle. A soja não tratada sofreu perdas médias de produtividade de até 13,5% devido às doenças foliares, com severidade média chegando a 32,7% para DFC e 31,8% para mancha-alvo.
Entre os fungicidas biológicos testados, destacaram-se aqueles à base de bactérias do gênero Bacillus, como Bacillus subtilis, Bacillus pumilus, Bacillus velezensis e Bacillus amyloliquefaciens. Outro produto biológico testado foi a cerevisane, que apresentou desempenho similar aos demais biológicos avaliados. Contudo, nenhum produto biológico foi capaz de superar o controle proporcionado pelos fungicidas químicos, sejam sítio-específicos ou multissítios.
Os ensaios foram conduzidos em condições reais de campo, em blocos ao acaso com quatro repetições. Cada parcela teve no mínimo seis linhas, com volume de calda variando entre 150 e 200 litros por hectare. Participaram das avaliações instituições de pesquisa e experimentação agrícola nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bahia.
Segundo pesquisadores envolvidos no projeto, a forte correlação negativa observada entre a severidade das doenças e a produtividade reforça a importância de uma estratégia robusta de controle. O manejo químico, sobretudo com fungicidas sítio-específicos associados aos multissítios, segue essencial para reduzir perdas e proteger o potencial produtivo das lavouras de soja.
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