Fundecitrus inaugura laboratório de controle biológico

25.03.2015 | 20:59 (UTC -3)

O Fundecitrus – Fundo de Defesa da Citricultura inaugura, nesta quarta-feira (25), em Araraquara/SP, o seu laboratório de Controle Biológico, onde funciona uma biofábrica de criação de Tamarixia radiata, vespinha que parasita o psilídeo Diaphorina citri, inseto transmissor da bactéria do greening (huanglongbing/HLB).

A Tamarixia radiata foi encontrada no Brasil em 2005 e é uma forma eficiente e sustentável para controlar a população do psilídeo. Pesquisas desenvolvidas na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ/USP comprovaram que há a eliminação de 70% das ninfas (fase jovem do desenvolvimento do psilídeo), em média, nos locais onde há a presença da vespinha, podendo atingir picos de 90%.

Foram investidos R$ 460 mil na implantação e manutenção do projeto no primeiro ano. Parte dos recursos foram destinados pela Bayer CropScience, como parte da parceria “Citrus Unidos”, firmada entre as instituições com o objetivo de desenvolvimento de novos produtos e tecnologias sustentáveis.

“Esse é um dos resultados de uma parceria firmada em prol do setor, com o objetivo de trazer soluções sustentáveis e tecnológicas para os citricultores. A iniciativa reforça o compromisso da Bayer CropScience com um dos mais importantes cultivos do agronegócio brasileiro”, afirma André Brante, diretor de Negócios da região Centro da Bayer CropScience.

O novo laboratório está instalado em uma área de 342 m2 e tem capacidade para criar 100 mil Tamarixias radiatas por mês. Cada uma consegue parasitar até dez ninfas de psilídeo. As vespinhas serão liberadas em áreas com citros e murta que não recebem controle químico, como pomares abandonados, espaços urbanos, chácaras e sítios que têm plantas de citros ou murta podem servir de criadouros do inseto transmissor do greening.

Controle natural

A Tamarixia radiata é um inimigo natural do psilídeo, pois utiliza a ninfa do inseto para o desenvolvimento das suas larvas. Para isso, a vespinha deposita o ovo embaixo da ninfa de psilídeo, prendendo-a com uma película. Ao sair do ovo, a larva vai se alimentando do corpo da ninfa até se tornar adulta, e, desse modo, reduz a multiplicação de Diaphorina citri e consequentemente sua disseminação para pomares de citros.

A liberação de Tamarixia radiata não causa impacto ambiental pois só parasita o psilídeo Diaphorina citri.

“O objetivo do laboratório é contribuir com o manejo sustentável do HLB, proporcionando um meio natural de reduzir a população de psilídeo e consequentemente diminuir a necessidade de pulverizações nos pomares”, diz a bióloga e coordenadora do laboratório, Ana Carolina Pires Veiga.

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