O futuro do trigo do Brasil
O Fórum Nacional do Trigo acontece entre os dias 28 a 30 de junho
Nesta época do ano, entre os meses de março a setembro, a produção de citros é afetada por mudanças climáticas e por problemas fitossanitários, como pragas e doenças. A chegada do período seco é sinal de alerta para o aparecimento de altas infestações de ácaros tetraniquídeos, também conhecidos como ácaros desfolhadores.
Todos os anos, esses ácaros causam grandes prejuízos para os citricultores. Por isso, é importante identificá-los rapidamente e fazer o manejo correto a fim de evitar uma possível queda na produtividade.
Os ácaros são minúsculos artrópodes, que se alimentam de diversas plantas e, em alguns casos, transmitem doenças aos pomares.
Os principais ácaros desfolhadores que atingem os citros são o ácaro-purpúreo (Panonychus citri), o ácaro-texano (Eutetranychus banksi) e o ácaro-mexicano (Tetranychus mexicanus). As três espécies atacam, principalmente, as folhas das plantas, causando manchas cloróticas conhecidas como mosqueamento, que resultam em desfolha e seca dos ponteiros das plantas.
Em algumas situações, os danos causados pelos ácaros desfolhadores assemelham-se ao ataque de formigas cortadeiras, devido à queda intensa de folhas do ponteiro. Além disso, elevadas infestações de ácaros desfolhadores podem causar abortamento de frutos, principalmente em áreas não irrigadas.
O controle dos ácaros desfolhadores tem sido prejudicado, principalmente, pela falta de acaricidas eficientes no mercado e pela escassez de chuvas em alguns anos.
Além disso, o manejo de outras pragas e doenças também pode interferir no controle dos desfolhadores. Por exemplo, o uso excessivo e/ou contínuo de inseticidas piretroides, organofosforados e neonicotinoides, associado ao período de seca, pode provocar o aumento repentino das infestações dos ácaros, devido à eliminação de seus inimigos naturais. E determinados produtos, especialmente inseticidas, também podem aumentar a taxa de reprodução dos ácaros, fenômeno conhecido como efeito hormese.
O manejo dos ácaros desfolhadores inicia-se com o monitoramento para detecção das primeiras infestações. De acordo com o professor acarologista da UNESP/FCAV, Daniel Júnior de Andrade, o controle realizado no início das infestações tende a ser mais eficiente e mais prolongado.
“Quando verificada a necessidade de intervenção, o ideal é escolher os acaricidas mais eficientes disponíveis no mercado e autorizados para a cultura. Sempre que possível, é recomendado o uso de produtos biológicos, como os fungos entomopatogênicos, que ajudam na supressão das pragas e na maior preservação dos inimigos naturais. A qualidade da aplicação também é fundamental no manejo”, comenta.
O estado de conservação, a regulagem e a calibração dos equipamentos de aplicação são fundamentais para sucesso do controle. A rotação de acaricidas, com diferentes modos de ação, também é indispensável no manejo, a fim de evitar o surgimento de populações de ácaros resistentes. Portanto, com esses cuidados, os prejuízos e os custos causados pelos ácaros desfolhadores serão menores durante a safra.
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