Fosfina líquida reduz riscos na armazenagem

21.10.2010 | 21:59 (UTC -3)

A fosfina é o principal produto químico utilizado para eliminar insetos na armazenagem de grãos. Este inseticida, bastante tóxico, é a causa de muitos acidentes na pós-colheita, contaminando pessoas e o ambiente com resíduos metálicos que nem sempre se decompõem corretamente. A possibilidade de usar a fosfina em forma líquida é novidade no Brasil e foi apresentada pela primeira vez na 5ª Conferência Brasileira de Pós-colheita, que termina hoje, dia 21, no Centro de Convenções de Foz do Iguaçu, PR.

 

A fosfina é um inseticida a base de brometo de metila, ácido sulfúrico e ácido cianídrico, formando uma substância letal que se decompõe quando em contato com o ar. Utilizado em praticamente todo o sistema de armazenagem de grãos para o controle de pragas, o produto – de diversas marcas comerciais – está disponível em forma de pastilhas, que são adicionadas a massa de grãos liberando gás tóxico em contato com a umidade dos armazéns. A eficiência na mortalidade de pragas pode chegar a 100%, com um período de segurança recomendado de quatro dias.

 

O problema no uso da fosfina está associado à exposição dos armazenadores, técnicos que nem sempre estão preparados para fazer o expurgo dos grãos de maneira segura. Acidentes letais com intoxicações ou explosões ainda acontecem em todo o mundo, mesmo com 75 anos de uso do produto. Além disso, após o expurgo com pastilhas de fosfina, os grãos devem permanecer estocados por mais uma semana para evitar resíduos químicos nos alimentos.

A proposta da empresa Fosfoquim é amenizar os riscos com o uso da fosfina. Para tanto, em 2002, o grupo de pesquisadores do Chile desenvolveu a fosfina em forma líquida, tecnologia que gradualmente está sendo implantada nos maiores centros produtores de grãos no mundo, adotada em países como Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. “No Brasil, está é a primeira apresentação pública da tecnologia”, explica o pesquisador Franziskus Horn Feja, diretor da Fosfoquim, destacando o potencial do mercado brasileiro, como quarto produtor mundial de grãos.

 

A tecnologia chamada pela sigla HDS – Horn Diluphos System, que pode ser entendida como a diluição de fosfina – consiste na aplicação da fosfina líquida armazenada em cilindros que são acoplados ao sistema de ventilação dos armazéns. O investimento no equipamento que sustenta os cilindros varia de 20 mil a 100 mil dólares, dependendo da estrutura de armazenagem. As vantagens estão na uniformidade da distribuição do produto na massa de grãos, na segurança dos técnicos que não ficam em contato direto com a fosfina e da rapidez na degradação, com decomposição em 24 horas. “Ao contrário da fosfina sólida, a forma líquida não depende da temperatura do ambiente, apresentando bons resultando tanto no calor quanto no clima frio, o que agiliza o trabalho”, esclarece o gerente da Fosfoquim, Pedro Horn. O monitoramento eletrônico do HDS permite regular a concentração da fosfina durante o expurgo, evitando super-dosagem que pode levar à resistência de pragas na armazenagem. O equipamento é móvel e pode ser utilizado entre as diferentes células do armazém.

No Brasil, a tecnologia que permite o uso da fosfina líquida ainda está aguardando registro pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No Chile, já foram 8 mil expurgos realizados desde 2005, principalmente em frutas para a exportação, muitas destinadas aos consumidores brasileiros. Mais detalhes sobre a tecnologia estão disponíveis no site www.fosfoquim.cl

 

Josiane M. Antunes

Assessoria de Imprensa 5 Conferência Brasileira de Pos-Colheita

(45) 3529-9920

josiane@cnpt.embrapa.br

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