Fórum Abisolo: compostagem de resíduos gera benefícios ao meio ambiente

16.04.2009 | 20:59 (UTC -3)

A compostagem de resíduos é incentivada por diversos especialistas na área de agrongócio pelos benefícios resultantes do uso de compostos gerados a partir desse processo. O tema foi debatido durante o Fórum Abisolo.

Por exemplo, os especialistas citam o aumento da produtividade das culturas, melhoria da aeração e drenagem do solo, elevação da capacidade de retenção de água e da capacidade da troca cationica (CTC) e por ser uma fonte de matéria orgânica. Essa técnica também já começa a ser vista com bons olhos por profissionais que trabalham diretamente com o meio ambiente, uma vez que bem conduzida minimiza os impactos negativos no solo, nas águas e no ar. Entre as principais estão: diminui o risco de poluição no solo, nas águas subterrâneas e superficiais, elimina odores desagradáveis, aumenta a vida útil de resíduos e gera produto ambiental sanitariamente seguro, com valor agregado.

Segundo a Diretora de Meio Ambiente da ABISOLO – Associação das Indústrias de Fertilizantes Orgânicos, Organominerais, Biofertilizantes, Adubos Foliares, Substratos e Condicionadores de Solos –, Kátia Goldschmidt Beltrame, esse mercado já está sendo melhor recebido porque as empresas estão cada vez mais profissionais, com rigorosos critérios para seleção de matéria-prima, para avaliação de contaminantes, garantias de higienização do produto final e rastreabilidade de todo o processo de compostagem. “É uma nova indústria para a produção de insumos orgânicos agrícolas que possui um grande potencial de trabalho ainda pouco explorado”, ressaltou.

Por ser recente, as empresas e a ABISOLO estão trabalhando para que haja uma normalização da atividade. “A legislação é importantíssima para regularizar as atividades industriais e, ao mesmo tempo, exigir qualidade no processo e produto final”, explicou Beltrame. “As regras e exigências para instalação e funcionamento das indústrias de compostagem devem ser as mesmas em todo o território nacional. Por isso há um necessidade de uma ação conjunta entre os órgãos de controle ambiental e o Ministério da Agricultura”, acrescentou.

Durante sua palestra no III Fórum Abisolo, realizado entre 13 e 15 de abril, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba/SP, Beltrame também destacou que o mercado ressente da falta de equipamentos voltados para a compostagem. “Não há fábricas de compostadeiras ou indústrias que forneçam termômetros para leiras”, exemplificou. “É uma ótima oportunidade para começar a investir em negócios nesse setor”, concluiu.

IMPACTOS POSITIVOS DO USO DE RESÍDUOS NA AGRICULTURA SÃO VARIÁVEIS

O uso de resíduos gera diversos benefícios na agricultura, sendo o principal a reciclagem de nutrientes. Porém, o tipo de resíduo utilizado – de origem animal, vegetal, urbana ou industrial -, sua dosagem e em qual cultivo será aplicado interferem diretamente no impacto positivo que irá causar no solo e no meio ambiente. Essa foi uma das conclusões da palestra ministrada pela pesquisadora da Embrapa Meio-Ambiente, Adriana M. M. Pires, no III Fórum Abisolo, realizado entre 13 e 15 de abril, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, interior paulista.

Um dos exemplos citados por Pires foi o uso de resíduo a partir do lodo de esgoto, que melhorou a qualidade do solo e, ao mesmo tempo, aumentou a disponibilidade de nitrogênio, Cálcio, Magnésio e Enxofre e o fornecimento de micronutrientes. “Esses foram os impactos positivos apresentados pelo lodo de esgoto, porém cada resíduo apresentará um benefício diferenciado”, complementou.

O lodo de esgoto e outros resíduos podem contar também com a presença de contaminantes, metais pesados, micro-organismos patogênicos e organismos persistens que podem causas impactos negativos para o meio-ambiente e para a agricultura. “O que deve ocorrer é uma balanço entre os potenciais dos resíduos, prevalencendo os benefícios”, explicou.

Outro ponto importante, segundo Pires, é a forma como será utilizado esse resíduo na agricultura. “A responsabilidade é essencial para potencializar os impactos positivos e minimizar os impactos negativos, ressaltou”.

ABISOLO PROMOVE PROGRAMA INTERLABORATORIAL DE FERTILIZANTES FOLIARES

Ano passado, a ABISOLO – Associação das Indústrias de Fertilizantes Orgânicos, Organominerais, Biofertilizantes, Adubos Foliares, Substratos e Condicionadores de Solos – iniciou o Programa Interlaboratorial de Metodologia de Análise de Fertilizantes Foliares, cujo objetivo é estudar os problemas analíticos decorrentes da amostragem, oferecer soluções para equacioná-los, unificar as metodologias laboratoriais existentes e fazer reivindicações para o benefício do setor junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

“Essa iniciativa é imprescindível para a manutenção da qualidade dos fertilizantes foliares”, disse o engenheiro agrônomo, José Carlos Alcarde, no III Fórum Abisolo, realizado entre 13 a 15 de abril, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba/SP. “Sempre que a amostragem não funciona, procura-se repetir o experimento até alcançar o objetivo determinado anteriormente e, com isso, há uma garantia de qualidade”, explicou.

O programa consiste em uma distribuição bimestral de amostras de produtos comercializados para análise de todos os nutrientes, exceto Cloro e Silício. Os resultados são avaliados por uma técnica estatística, desenvolvida para projetos interlaboriatorias, conhecida pelo nome de Elipse de Confiança, no qual de acordo com os critérios previamente estabelecidos, os resultados dentro da elipse são considerados compativeis. “No final de um ano, as empresas participantes recebem um certificado de proficiência, caso tenham alcançado bom desempenho”, afirmou Alcarde. Atualmente, são 23 empresas do segmento de fertilizantes foliares participantes.

Informações adicionais:

Fonte: Mecânica de Comunicação - (11) 3259-6688 / 1719

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