Sacola de amido de milho pode ajudar evolução do setor, prevê Abramilho
O presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Assuero Doca Veronez, afirmou nesta terça-feira (31), em Brasília, que o fortalecimento do mercado de carbono poderá aumentar a renda dos produtores rurais, condição fundamental para a manutenção da atividade agropecuária. Na abertura do seminário de Capacitação do Guia de Financiamento da Agricultura de Baixo Carbono, debate que é parte de um projeto desenvolvido pela CNA em parceria com a Embaixada Britânica, Veronez defendeu, ainda, o pagamento por serviços ambientais, assunto que, segundo ele, pouco avançou nas discussões do novo Código Florestal que será votado novamente na Câmara dos Deputados este ano.
O principal objetivo do seminário, que será realizado também em Minas Gerais, Bahia e no Rio Grande do Sul, é difundir as linhas oficiais do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), do Governo federal. Pesquisas prévias realizadas conjuntamente pela CNA e pela Embaixada Britânica mostram que, apesar das condições diferenciadas do programa em termos de taxa de juros e de prazos de pagamento e carência, poucos produtores buscam as linhas de crédito devido à falta de informações sobre essas linhas. “A CNA quer preparar os produtores para que eles adotem práticas mais sustentáveis, com menos emissão de Gases de Efeito Estufa (GEEs), fazendo dessas práticas uma oportunidade”, afirmou.
Para o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, a adoção de práticas que permitam o aumento da produtividade com menor emissão de GEEs será possível com o novo Código Florestal, garantindo a regularização ambiental. Mesmo antes da votação final desse projeto, os produtores rurais têm contribuindo para a redução das emissões. Veronez lembrou que o desmatamento, apontado por especialistas como o grande responsável pela emissão de gases, atingiu a menor taxa anual em 23 anos, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Essa queda contribui para que a meta assumida pelo Brasil na Conferência das Partes (COP) 15, de Copenhagen, na Dinamarca, de redução do desmatamento em 80%, até 2020, seja cumprida muito antes do previsto. “Esse esforço não tem sido reconhecido, mas temos que caminhar para nos adaptarmos aos novos tempos”, afirmou.
No seminário, o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, Clenio Severio Teribele, destacou o envolvimento da instituição com ações de sustentabilidade, afirmando que o Programa ABC será uma oportunidade para que o setor agropecuário mostrar seu compromisso com a preservação ambiental. Segundo ele, o banco liberou até agora, para o Programa ABC, R$ 250 milhões para 880 projetos. O representante do Ministério do Meio Ambiente, Luiz Antônio de Carvalho, iniciativas como o Programa ABC podem fazer com que o produtor rural faça um planejamento da sua atividade para os próximos anos, além de ajudar o Brasil a ser um importante seqüestrador de carbono em nível mundial nos próximos anos.
Já a conselheira da Embaixada Britânica, Stephanie Al Qaq, enfatizou o papel do setor agropecuário brasileiro para superar o desafio da redução de emissão dos GEEs, não apenas para cumprir metas internacionais, mas também para garantir segurança alimentar. “O produtor rural brasileiro terá papel preponderante para assegurar o crescimento sustentável”, frisou. Ela informou que hoje há um fundo internacional do clima para financiar ações que tenham por objetivo a sustentabilidade. Neste fundo, destacou, há disponíveis 2,9 bilhões de libras esterlinas. Ela disse também que, para o Brasil, já foram liberadas 10 milhões de libras para projetos que visam à redução de emissão de GEEs, entre outras finalidades. Falou, ainda, das metas de redução de emissão do Reino Unido, de 34% para 2020, e de 80% até 2050.
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