Apesar da queda das cotações de soja, ritmo de negócios aumenta
Reflexo do interesse de grande parte dos sojicultores em escoar a soja armazenada e também a que já está sendo colhida
O Brasil fechou 2019 alcançando, pela primeira vez, US$ 1 bilhão em exportações de frutas. A informação é do sistema de estatísticas do comércio exterior do Ministério da Agricultura (AgroStat). Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), esse quadro continuará em expansão em 2020, quando o setor terá seu foco voltado para a China, que deverá iniciar a importação de frutas frescas do Brasil, principalmente o melão.
A Conab informou que o volume de exportação de frutas acumulado no Brasil até dezembro de 2019 foi 14,74% maior em relação ao mesmo período de 2018, e o valor em dólares aumentou 3,83%. Melão, manga, limão, lima, uva e banana foram as frutas que ganharam destaque quanto ao crescimento do volume das exportações. Já maçã e laranja tiveram queda.
Segundo os números divulgados pela Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), o setor alcançou a marca de 16% de aumento em volume e 8,5% em valor nas exportações de frutas. Foram exportados mais de 980 mil toneladas, comparados a 848 mil em 2018, e a receita saltou de US$ 790 milhões de dólares em 2018, para US$ 858 milhões em 2019.
O diretor executivo da Abrafrutas, Eduardo Brandão, disse que o aumento já era esperado, apesar dos desafios enfrentados, como as restrições fitossanitárias e a redução dos limites máximos de resíduos impostos pela União Europeia (EU), principal destino das frutas brasileiras exportadas.
“Apesar disso, as boas condições climáticas apresentadas no decorrer do ano foram favoráveis para este resultado. Em 2020 acreditamos que o clima continuará a nos beneficiar, agregado à abertura de novos mercados, a exemplo do melão para China”, afirmou Brandão.
Em seu boletim hortigranjeiro de janeiro de 2020, a Conab registrou que em dezembro do ano passado os preços da laranja tiveram leve aumento em algumas Ceasas, considerando ainda uma pequena elevação de oferta na maioria dos mercados atacadistas, que começou a refluir na segunda quinzena do mês. A maior demanda e a melhor qualidade, principalmente da laranja pera, explicam o movimento, segundo a Conab.
A maçã, no balanço da companhia, registrou suaves aumentos de preços (à exceção da Ceasa Minas) e pequena diminuição da comercialização na maior parte dos entrepostos atacadistas. Para a Conab, a baixa oferta da maçã gala, mesmo com o ritmo diminuído de vendas, aliado à venda de maçãs mais graúdas e caras, ajudou a explicar a pequena elevação das cotações.
O boletim hortigranjeiro informou ainda que a banana teve alta de preços em todas as Ceasas junto à queda da oferta, principalmente para a nanica, apesar da demanda diminuir tradicionalmente com as festas de fim de ano. Houve boa venda de bananas para o Mercosul, especialmente as nanicas originárias de Santa Catarina, tendo em vista os problemas dos concorrentes com impedimentos logísticos derivados de conflitos econômicos, políticos e sociais.
Já o mamão apresentou queda de preços junto à elevação da oferta na maioria dos entrepostos atacadistas. Isso é explicado, segundo a Conab, pela queda da demanda no fim de ano aliado a menor qualidade das frutas. No geral, a disponibilidade do papaya, com amadurecimento mais rápido, foi maior à do mamão formosa.
Quanto à melancia, apresentou queda de preços, junto ao aumento da disponibilidade da fruta para o consumidor final em relação a novembro, principalmente para as melancias advindas do sul baiano e do interior paulista, que nessa época do ano são as principais regiões abastecedoras da fruta.
Com informações: AgroStat/Mapa, Conab e Abrafrutas
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