Figueirão/MS recebe orientação para recuperação de pastagem
As exportações brasileiras de couros e peles contabilizaram vendas de US$ 290,6 milhões no primeiro bimestre, o que representa uma redução de 4% em comparação a 2011, e embarques de 53,86 mil toneladas, volume 8% aquém do registrado no período anterior. Já a receita obtida no mês de fevereiro foi de US$ 151 milhões, 8% superior a janeiro, mas 7% inferior ante o mesmo mês do ano passado. O cálculo é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
“Como previmos, as exportações deste início do ano apresentaram desempenho decrescente, levando-se em conta a diminuição dos negócios no final de 2011, fruto da crise européia”, diz o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich, ao analisar o resultado do acumulado deste ano.
Para manter a participação brasileira no mercado internacional, a estratégia da indústria consiste em manter e conquistar novos mercados para os produtos acabados, de maior valor agregado. Uma linha de ação que está demonstrando bons resultados, conforme se depreende do perfil dos produtos exportados neste início de ano: os produtos acabados e semi-acabados responderam por 70% da receita e por 57% do volume embarcado nos dois primeiros meses do ano.
O desempenho do setor, entretanto, ainda é bastante prejudicado pelos componentes do chamado Custo Brasil: alta carga tributária, elevadas taxas de juros, a falta de linhas de crédito para capital de giro, as graves deficiências do sistema de infra-estrutura etc. “A redução da taxa de juros praticada nos últimos meses é uma medida bem-vinda, mas muito acanhada, se considerarmos os demais obstáculos enfrentados pela indústria exportadora”, diz Goerlich.
Não fossem tais dificuldades, o setor poderia prestar uma contribuição ainda maior para a economia brasileira, lembra ele, destacando que os embarques de couro representaram nada menos do que 6,86% do saldo registrado pela balança comercial brasileira em 2011.
O presidente do CICB destaca as ações que a entidade vem promovendo consolidar a boa imagem do couro brasileiro no mercado internacional, a exemplo da realização do I Congresso Mundial do Couro, em novembro passado, no Rio de Janeiro, e a condução do programa “Brazilian Leather”, conduzido em parceria da entidade com a Apex-Brasil, agência vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
No acumulado do ano, os principais destinos do produto nacional foram a China e Hong Kong, com US$ 100,6 milhões, 34,6% de participação e aumento de 6% ante 2011; Itália (US$ 52,7 milhões, 18,1% e participação e queda de 22%); e Estados Unidos, US$ 37,4 milhões, (13% e elevação de 3%).
Neste período, Hungria (US$ 13,8 milhões, 4,8% e 347% de aumento), Tailândia (US$ 7,2 milhões, 2,5% e 131%) e África do Sul (US$ 4 milhões, 1,4% e aumento de 11%) foram outros importantes destinos das exportações brasileiras. Entre países que também aumentaram as compras do couro nacional no período, figuram Uruguai (US$ 3,44 milhões, 1,2% e 96%) e Japão (US$ 2,8 milhões, 1% e 62%).
O balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros no acumulado deste ano em relação a 2011 informa que os principais exportadores foram São Paulo (que retomou a liderança nacional, US$ 65,67 milhões, 22,6% de participação em 2012), seguido do Rio Grande do Sul (US$ 52,98 milhões, 18,2% de participação), Paraná (US$ 37,85 milhões, 13%), Goiás (US$ 32 milhões, 11%) e Ceará (US$ 31,21 milhões, 10,7%).
Os demais estados são Bahia (US$ 14,78 milhões, 5,1%), Minas Gerais (US$ 13,57 milhões, 4,7%), Mato Grosso (US$ 13,4 milhões, 4,6%), Mato Grosso do Sul (US$ 12,41 milhões, 4,3%), e Santa Catarina (US$ 10,26 milhões, 3,5%).
Inor Assmann
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