Raízen lança programa inédito de relacionamento com fornecedores de cana
Durante o painel “Evolução nos custos de produção: soja, milho, trigo e arroz”, o público presente ao 28º Seminário Cooplantio teve a oportunidade de ouvir as considerações do economista e superintendente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Tarcisio Minetto, e do engenheiro agrônomo Paulo Rigatto, mestre em Economia Rural e doutor em Administração. O debate abriu a programação do segundo dia de evento em Gramado, na Serra gaúcha.
Minetto discutiu a evolução dos custos de insumos em Reais, em grãos e em Dólar, e apontou os gargalos das lavouras do Sul do Brasil: infraestrutura logística, condições da malha rodoviária, ferroviária e hidroviária, custo do frete, custo e qualidade de energia, carência de mão de obra qualificada no campo, perdas em todo o processo produtivo, insegurança no campo, alto custo do prêmio do seguro agrícola, valores de taxas e tributos (burocracia), marco legal para o setor (classificação, novo código florestal, defesa sanitária e vegetal), dimensionamento racional de máquinas e equipamentos e otimização do uso (aquisição x pagamento de serviços), precariedade na gestão, inovação e tecnologia, riscos (quebra de contratos), entre outros.
Para o êxito da lavoura, destacou o planejamento estratégico como ponto crucial. “O produtor deve sempre fazer um bom planejamento pré-plantio da safra e um balanço final do ciclo da colheita”, indicou. Buscar parcerias prévias para garantir fluxo no negócio, fazer compras associadas e filtrar informações confiáveis de tendências de mercado foram outras considerações importantes feitas pelo economista. “É o agronegócio que sustenta a balança comercial brasileira.”
Rigatto falou sobre aplicativos gerenciais via web que estão sendo desenvolvidos e afirmou que são as mulheres, esposas e filhas de produtores, que mais têm utilizado a implantação desses softwares. “É uma tendência e uma ocupação de espaço. A mulher é muito mais dedicada a isso”, opinou. O engenheiro agrônomo disse ainda que as mulheres estão tomando conta da mecanização das lavouras e participando do processo de produção agrícola com um nível de cuidado que impressiona.
O palestrante apresentou um estudo desenvolvido por ele para esta safra sobre a evolução histórica dos preços do arroz em comparação à cesta de insumos e comentou os aspectos, em termos de valorização e depreciação, de custos relativos à lavoura de arroz e seus insumos. Para ele, o gerenciamento de preços é o principal elemento de competitividade na cadeia orizícola. “É preciso propor parcerias, e não concorrência por mercado entre fornecedores de insumos e beneficiadores”, sinalizou. A questão da cadeia de suprimentos e os termos estratégicos desta nova visão de negócio foram outros aspectos tratados na ocasião.
A programação segue agora pela manhã com foco na crescente participação feminina na gestão da empresa rural. A mesa redonda “A Mulher na Agricultura Atual e o Futuro” recebe para o debate, intermediado pela jornalista Tânia Carvalho, a engenheira agrônoma e produtora rural da Sementes Falcão, de Passo Fundo (RS), Fernanda Falcão; a produtora rural da Agropecuária Pontal, de Santa Vitória do Palmar (RS), Helena Schmidt; e a engenheira agrônoma e produtora rural da Fazenda Ereporã, de Erechim (RS), Renata Arioli.
À tarde, as discussões se voltam para a “Nutrição de Plantas e Manejo de Solos” e “Inovações no Manejo de Pragas, Doenças e Plantas Daninhas”. O 28º Seminário Cooplantio prossegue até quarta-feira (05), no Centro de Eventos do Hotel Serrano, em Gramado, na Serra gaúcha. Mais informações e transmissão ao vivo pelo site
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Carlos Queiroz
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