Eventos propiciaram integração entre os elos da cadeia produtiva das culturas oleaginosas

24.07.2012 | 20:59 (UTC -3)
Daniela Garcia Collares

Com a integração de pesquisadores, produtores rurais, professores, estudantes, empresários e representantes de instituições do Governo Federal e Estadual terminou na quinta-feira (19) V Congresso Nacional de Mamona, II Simpósio Internacional de Culturas Oleaginosas e o I Fórum Capixaba de Pinhão-manso.

Os eventos, promovidos pela Embrapa Algodão, Embrapa Agroenergia e Incaper aconteceram em Guarapari (ES). Foram 70 horas de palestras, 6 minicursos,03 conferências e apresentação de 424 trabalhos técnicos que propiciaram ampliar o debate entre instituições públicas e privadas das culturas oleaginosas e ampliar a integração entre os elos das cadeias produtivas do biodiesel.

A perspectiva de um novo marco regulatório para o setor, com a possibilidade de adição de 10% de biodiesel (B10) ao óleo diesel comercializado em todo o País deu novo alento aos produtores do biocombustível. “Se houver a definição de aumento, mesmo que seja para B7 para 2013, os produtores agrícolas e as usinas se mobilizarão para atender a essa nova situação, sem qualquer problema no abastecimento do biocombustível ou mesmo no suprimento dos mercados alimentícios interno e externo” assegura José Manuel Cabral, Chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroenergia.

O presidente do V Congresso Brasileiro de Mamona e pesquisador do Incaper, Márcio Adonis, na cerimônia de encerramento dos eventos enfatizou que “Reunir a grade de conhecimentos já disponível é uma grande estratégia para impulsionar as cadeias produtivas do biodiesel”, De um modo geral, Adonis salientou a presença de estudantes, que estão se iniciando na carreira científica, e também de pesquisadores renomados, além de representantes dos Governos que impulsionam as políticas públicas, e os empresários e produtores. “O Incaper está aberto para informações e parcerias”, destacou.

O Chefe-geral da Embrapa Algodão, Napoleão Beltrão destacou durante o encerramento dos eventos que esta pesquisa abre um leque para o uso da mamona. “Com as pesquisas que foram apresentadas durante o Congresso percebemos que está aumentando no País o número de pesquisas com as culturas oleaginosas”, salientou Beltrão.

Foram apresentados 422 trabalhos – com destaques para a cultura da mamona com 182 trabalhos, a do algodão com 62 e a do pinhão-manso com 54, seguidas do amendoim, do girassol e do gergelim. Foram premiados os quatro trabalhos considerados de maior contribuição para o avanço do desenvolvimento das culturas oleaginosas.

O primeiro lugar foi a o trabalho BRS Gabriela: nova cultivar de mamona da Embrapa, coordenado pela equipe da Embrapa Algodão. A nova cultivar, que foi lançada durante o Congresso, tem ciclo em torno de 150 dias entre o plantio e a maturação dos últimos racemos. A BRS Gabriela, diz a pesquisadora Máira Milani, apresenta produtividade média de 1900 kg/ha em sequeiro, com altura de planta em torno de 160 cm. O peso de 100 sementes, da cultivar Gabriela, pode variar de 50 a 55 gramas, sendo que na BRS Energia esse peso é de 35 a 42 gramas. As sementes são rajadas, de cor marrom avermelhada e bege, com teor de óleo em média de 50%.

O trabalho premiado em segundo lugar, foi o de avaliação do uso de torta de mamona desativada na ração para alimentação de peixes, apresentado pela equipe da Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF).

Em cada uma das áreas temáticas, um trabalho foi premiado, por ter sido considerado como o de maior contribuição para o avanço da área específica. A relação dos premiados encontra-se no sítio dos eventos (

).

Na cerimônia de encerramento foi anunciada Fortaleza/CE como a sede do VI Congresso e II Simpósio, que serão realizados em 2014.

O Ceará é o segundo maior estado brasileiro produtor de mamona, e tem um programa de incentivo ao biodiesel. “O Estado incentiva a produção de mamona, garantindo o pagamento do valor mínimo para quem produz e está instalando e apoiando diversas unidades de extração de óleo, o que pode ser modelo para outros estados. Desde a criação da Secretaria em 2007, a área de oleaginosas passou de 5.958 hectares para 12.200, em 2012”, disse o coordenador de desenvolvimento da agricultura familiar da Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará, Emanuel Itamar Lemos.

Os eventos contaram com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Banco do Nordeste, Fundação de Apoio à Pesquisa do Espírito Santo, Senar, Petrobrás Biocombustível. Acompanhe as informações dos eventos no site

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