Evento em Londrina debate soja sustentável e de baixo carbono

A 16ª Reunião de Tecnologia para a Produção discutirá descarbonização e estratégias para o produtor se manter competitivo

20.08.2025 | 16:21 (UTC -3)
Associação dos Engenheiros Agrônomos de Londrina, edição Revista Cultivar

A rentabilidade do produtor de soja pode crescer mesmo diante das crescentes exigências ambientais, que exigem práticas sustentáveis e de baixa emissão de carbono. Para apoiar os sojicultores nesse momento de transformações sociais e regulatórias, a Associação dos Engenheiros Agrônomos de Londrina (AEA-LD) realiza, no próximo dia 27 de agosto, a 16ª Reunião de Tecnologia para a Produção de Soja, com o tema Descarbonização e Sustentabilidade.

O encontro acontece na sede da AEA, em Londrina (PR), e terá palestras, painéis e espaço de interação com especialistas. A abertura será conduzida pelo engenheiro agrônomo Eduardo Bastos, presidente da Câmara Agrocarbono Sustentável do Ministério da Agricultura e Pecuária, que vai abordar o mercado brasileiro de agrocarbono. A programação inclui ainda debates sobre precificação internacional, práticas conservacionistas e, ao final do dia, um talk show sobre experiências sustentáveis no campo. O evento se encerra com um Happy Hour Beneficente em favor do Instituto Londrinense de Educação para Crianças Excepcionais (Ilece).

Para o engenheiro agrônomo Adriano Custódio, diretor técnico da AEA e responsável pela grade do evento, o tema reflete as demandas globais sobre o agronegócio. “O mundo pede descarbonização. Na soja em larga escala, já aplicamos técnicas como plantio direto, manejo integrado de pragas e cultivo intensivo, que colaboram para a sustentabilidade. Esse cuidado vai além da consciência: é uma exigência de mercado. No futuro próximo, os países pagarão pela soja de baixo carbono”, destaca.

O diretor de política profissional da AEA, Gervasio Vieira, reforça a atualidade do debate. “Com a COP-30 chegando ao Brasil em 2025, novos acordos devem acelerar a busca por mais sustentabilidade. O produtor precisa estar preparado para esse cenário”, afirma.

Práticas conservacionistas em destaque

Estudos mostram que o sistema de plantio direto pode remover até 1 tonelada de CO₂ equivalente por hectare ao ano. Porém, a simplificação da rotação de culturas, com soja seguida apenas de milho safrinha, tem se mostrado insuficiente para garantir os níveis ideais de carbono orgânico no solo – considerado um indicador-chave da qualidade agrícola.

O engenheiro agrônomo Cezar Francisco Araujo Junior, um dos debatedores, lembra que as emissões no agro estão ligadas sobretudo à mudança de uso da terra, manejo inadequado do solo, aplicação incorreta de fertilizantes nitrogenados, queima de resíduos e uso de combustíveis fósseis. “O objetivo é mostrar ao produtor como adotar uma cultura sustentável e rentável ao mesmo tempo”, explica.

Protagonismo da AEA

Fundada em 1969, a Associação dos Engenheiros Agrônomos de Londrina é referência regional e nacional na promoção de tecnologias e na defesa do agronegócio sustentável.

Segundo o presidente Renato Arantes, “a associação tem sido protagonista na transferência de novas tecnologias, irradiando conhecimento de Londrina para outras regiões do país”.

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