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Aspectos culturais e tecnologias para o processamento de azeite e azeitona de mesa foram apresentados durante dia de campo realizado no dia 2 de março, na Fazenda Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), em Maria da Fé (Sul de Minas). O evento atraiu produtores, empreendedores, técnicos e interessados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Os participantes conheceram por meio de palestras e dinâmicas de campo um panorama da olivicultura em Minas Gerais: plantio e tratos culturais da cultura, anatomia vegetal da oliveira, preparo da azeitona de mesa e qualidade do azeite extraído de cultivares de azeitona desenvolvidas pela EPAMIG.
A EPAMIG pesquisa há mais de 30 anos a cultura da oliveira na região da Serra da Mantiqueira e em 2008 realizou em Maria da Fé a primeira extração de azeite de oliva no Brasil. O produto obtido alcançou índices de acidez entre 0,2 e 0,7% e foi classificado como virgem extra, com a qualidade similar aos melhores azeites do mundo.
Atualmente 50 municípios da região (40 em Minas Gerais e 10 no estado de São Paulo) utilizam as tecnologias da EPAMIG em olivicultura. O gerente do Núcleo Tecnológico EPAMIG Azeitona e Azeite, Nilton Caetano de Oliveira, afirma que 90% dos olivais são voltados para a produção de azeite. “Neste ano a estimativa é que a produção seja de 20 toneladas de azeitonas e três mil litros de azeite. Mas vale ressaltar que ainda estamos no começo da produção, grande parte das lavouras está com apenas cinco anos”, informa Nilton, destacando que esta é a fase inicial de produtividade da oliveira.
O primeiro processamento de azeite virgem extra em Minas Gerais, em 2008, foi feita em máquina artesanal. Em 2009 o Núcleo Tecnológico EPAMIG Azeitona e Azeite adquiriu um extrator de azeite, importado da Itália, e passou a processar o óleo em parceira com a Associação de Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), constituída em 2009, que reúne 55 produtores de 43 municípios da região.
De acordo com o agrônomo da EPAMIG Luiz Fernando de Oliveira, já foram processados no Núcleo cerca de sete toneladas de azeitonas, que produziram cerca de 1.000 litros de azeite. Segundo o agrônomo, apenas este ano, foram processadas mais de seis toneladas de azeitona, produzindo cerca de 800 litros de azeite. “O processamento teve rendimento médio de 13%, ou seja, para se extrair 1 litro de azeite são necessárias 7,40 kg de azeitonas”, disse. Para o engenheiro agrônomo, 2012 será um divisor de águas na produção comercial. “Estamos no pico da colheita e acredito que dobraremos esses valores até o fim da safra”, completa.
O olivicultor Fernando José Soares da Silva, de Maria da Fé, que soma cinco anos de cultivo da oliveira, extraiu azeite pelo terceiro ano consecutivo em pequena escala, mas acredita em boas perspectivas. “Estamos desenvolvendo nossa marca e nos preparando para o mercado”, afirma. O produtor conta que no ano passado teve uma grande perda devido às chuvas de granizo na região, mas que neste ano a produção foi satisfatória. “Ainda não conseguimos colher a metade da nossa produção. Estamos progredindo a cada ano”, destaca.
Fernando cultiva a variedade “Arbequina”, desenvolvida pela EPAMIG, que tem características favoráveis a produção de azeite. “Adquirimos as mudas na EPAMIG e estamos sempre buscando atualização na pesquisa”, diz. Fernando possui mais de mil plantas em sua propriedade. No ano passado, ele testou o uso de derriçadeira na colheita, mas acredita que precisa de mais conhecimento técnico no assunto. “Neste ano colhemos manualmente”.
Inspirada nos costumes gregos e egípcios do uso do óleo de oliva para produção de óleo para massagem e cosméticos a farmácia de manipulação de Maria da Fé, Farma Oliva, desenvolveu uma linha de cosméticos à base de azeite de oliva extraído na Fazenda Experimental de Maria da Fé. De acordo com as sócias Andréia Machado e Vânia Gonçalves, a linha de cosméticos Verde Oliva surgiu a partir de experimentos realizados desde o início da farmácia a cerca de 10 anos. “Antes usávamos óleo de oliva importado e, atualmente, usamos o azeite processado na fazenda da EPAMIG”, conta Andréia. A linha apresenta 10 produtos, como: sabonete hidratante, sabonete esfoliante, hidratante corporal, óleo trifásico, creme para os pés, shampoo, condicionador. “Ano passado lançamos linha facial à base de extrato de oliva – retirado das folhas da oliva”, comemora.
Segundo a farmacêutica Vânia, esses cosméticos são considerados biocompatíveis com a pele. “O azeite é muito compatível com a pele pelo fato de ter cerca de 80% de ácido oleico, além de oferecer vitaminas A, D, K e E”, explica. Os produtos ainda são produzidos artesanalmente e comercializados apenas em eventos locais e regionais, mas as empreendedoras pretendem ampliar a comercialização da linha Verde Oliva. “Acreditamos em nosso produto”, disse Vânia.
Erasmo Reis/Ascom EPAMIG
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