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Representantes de mais de 15 empresas, que possuem terminais retroportuários trabalhando na estufagem de algodão e empresas de exportação (tradings), no porto de Santos, lotaram o auditório da Associação Comercial de Santos nesta semana em um evento promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), juntamente com a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão, no escopo do programa ABR-LOG. O motivo do encontro foi angariar a aderência dos terminais, para participarem da iniciativa, que tem como foco a melhoria e a padronização dos processos no último elo da cadeia produtiva do algodão, antes do embarque para os países de destino. A ênfase do ABR-LOG é a sustentabilidade (ambiental, social e governança), com um enfoque adicional na qualidade, assegurando a integridade e a boa apresentação dos fardos de algodão na entrega ao comprador.
De acordo com a Abrapa, garantir a padronização dos processos e a consequente melhoria do estado de conservação dos fardos fortalece a competitividade brasileira num mercado em que o Brasil começou a se destacar mais expressivamente nos últimos anos. Antes, o país era um exportador de segundo semestre, e o mercado para todo o volume embarcado era certo. Na safra 2023/2024, com a produção estimada em 3,66 milhões de toneladas de algodão beneficiado, em torno de 2,8 milhões de toneladas (Anea) deverão deixar o país e seguir para a indústria internacional, que é majoritariamente asiática.
“Depois de suprir as fiações brasileiras, que consomem de 700 a 750 mil toneladas, todo esse excedente precisa encontrar um mercado, e o escoamento do produto leva praticamente o ano inteiro. Na disputa pelo comprador com Estados Unidos, Austrália e África Ocidental, cada detalhe conta, e o ABR-LOG cuida disso, ao levantar a régua dos procedimentos nesta etapa da logística”, explica Marcio Portocarrero, diretor executivo da Abrapa.
O ABR-LOG foi lançado em 2023 pela Abrapa e Anea, como parte de um programa maior, o Cotton Brazil, de promoção do algodão brasileiro no mercado externo. Este guarda-chuva, além das duas associações, integra a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Segundo o gestor de Sustentabilidade da Abrapa, Fábio Carneiro, trata-se de uma extensão do conceito do Algodão Brasileiro Responsável (ABR), de certificação de sustentabilidade nas fazendas, que, por sua vez, derivou, anteriormente, no ABR-UBA, cujo alvo são as Unidades de Beneficiamento de Algodão, e, desde o ano passado, no ABR-LOG.
“Com esses programas, além de expandirmos e assegurarmos a sustentabilidade nas operações em elos importantíssimos da cadeia da fibra, agregamos mais valor ao algodão brasileiro num aspecto que é bem tangível, a aparência dos fardos. Rasgos e sujeira podem levar à contaminação da fibra e comprometer o trabalho realizado no campo, nas unidades de beneficiamento de algodão nos e laboratórios brasileiros”, diz o gestor. Ele revela que a meta para este ano é que 50% da safra seja estufada em terminais certificados pelo programa. “Lançamos o programa visando 30%, e, já em agosto, na certificação, superamos o planejado”, afirma.
No ano passado, as primeiras empresas certificadas foram a S. Magalhães & Essemaga – que teve seus terminais de Alemoa e Guarujá chancelados pelo programa –, a Hipercon Terminais de Carga, de Santos, e a Louis Dreyfus Company (LDC), com terminal em Cubatão/SP. Posteriormente, também foram certificadas as empresas Brado, em Rondonópolis/MT, e a Tecon Salvador, na capital baiana.Todas as companhias passaram por auditoria de terceira parte, no período comercial de 2023/2024, a empresa Control Union foi credenciada como a responsável pelas auditorias do ABR-LOG. A mesma auditoria será responsável pelas certificações em 2024/2025.
Segundo o presidente da Anea, Miguel Faus, nesta fase do ABR-LOG, as atenções se voltam para o Porto de Santos, a quem cabem 97% dos embarques de algodão, no Brasil. “Para se ter uma ideia, nosso maior competidor, os Estados Unidos – que hoje produzem praticamente o mesmo que o Brasil e exportam mais – embarcam seu produto por cinco portos. Aqui, praticamente, só temos Santos e ainda assim temos conseguido bater recordes mensais em embarques”, afirma. Faus acrescenta que as entidades e o governo têm trabalhado na busca por alternativas viáveis para distribuir o montante exportado. “Nesse mercado tão apertado, temos que nos diferenciar, não só na qualidade da pluma e na sua sustentabilidade, mas nos embarques, na pontualidade, da aparência dos fardos. Para isso temos que envolver toda a cadeia”, explicou.
Em sua fala durante a solenidade, o diretor da Associação Comercial de Santos, Eduardo Lopes, destacou a importância do agro para o Porto de Santos. “No ano passado, Santos movimentou 173 milhões de toneladas, aproximadamente. Foram 130 milhões no sentido da exportação e 43, na importação. E as grandes cadeias responsáveis foram do agronegócio. O Porto de Santos é líder, inclusive mundialmente, na movimentação de soja, de milho, de algodão, de café, de suco de laranja, de celulose e assim uma série de outros produtos. E no que diz respeito a própria importação dessas 40 milhões de toneladas que o Brasil importou, 10 milhões e meio de toneladas foram matérias-primas, foram fertilizantes, para fertilizantes justamente para ser usado no agro”
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