Estudo revela por que plantas jovens têm mais dificuldade em combater doenças

O estudo revelou que plantas jovens gastam mais energia para combater a doença

07.04.2025 | 14:56 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações de Georgia Jiang
Imagem da planta <i>Silene latifolia</i> infectada - Foto:&nbsp;Emily Bruns
Imagem da planta Silene latifolia infectada - Foto: Emily Bruns

Estudo de pesquisadores da Universidade de Maryland oferece novas perspectivas sobre por que organismos jovens, incluindo plantas, são mais suscetíveis a doenças. A pesquisa sugere que a luta contra doenças na fase inicial da vida pode comprometer o crescimento e a capacidade reprodutiva de plantas no futuro.

A pesquisa se concentrou na planta Silene latifolia, conhecida como campânula-branca, e em como ela lida com a doença fúngica chamada anther-smut, que impede a planta de produzir pólen e, consequentemente, de se reproduzir.

Embora a doença não mate a planta, ela impede a reprodução, o que foi comparado a uma "DST vegetal", segundo Emily Bruns, professora assistente de biologia da UMD e coautora do estudo.

O estudo envolveu 45 variações genéticas de Silene em um ambiente controlado. Os pesquisadores descobriram que as plantas jovens com maior resistência a doenças apresentaram uma quantidade significativamente menor de flores e sementes ao longo de suas vidas, mesmo em um ambiente livre da doença. Por outro lado, as plantas adultas com maior resistência não sofreram essa penalização.

“O custo de combater a doença é mais alto para as plantas jovens, já que elas possuem recursos limitados e, ao usá-los para a defesa contra patógenos, não conseguem investir no crescimento futuro”, afirmou Bruns.

O estudo revelou que, enquanto as plantas jovens gastam mais energia para combater a doença, elas acabam sendo mais vulneráveis à infecção, o que impede a evolução de uma resistência mais forte nessa fase da vida.

Os pesquisadores também criaram um modelo matemático que ilustra como esses custos elevados de combate a patógenos são grandes o suficiente para evitar a evolução de resistência em plantas jovens.

Em teoria, plantas com maior resistência juvenil poderiam erradicar a doença, mas os custos de desenvolver essa resistência impedem que isso aconteça.

Outro achado interessante foi que os machos da espécie Silene latifolia apresentaram custos ainda maiores para resistir à doença em comparação às fêmeas. Isso pode ocorrer porque os machos produzem um número muito maior de flores para espalhar o pólen, o que torna mais dispendioso desviar recursos para a defesa contra doenças.

Mais informações podem ser obtidas em pnas.org/doi/10.1073/pnas.2419192122

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
MSC 2025