Estudo da Unicamp avalia os custos para segregação de milho GM

10.02.2010 | 21:59 (UTC -3)

O pesquisador José Maria da Silveira, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apresentou no Show Rural dados preliminares de um estudo que aponta os impactos da segregação, rastreabilidade e identificação de cargas GM para o Brasil – seja pelo cumprimento do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, seja para atender alguma demanda específica de matéria-prima convencional.

O estudo avaliou as principais rotas de escoamento da produção de milho para o mercado interno e para a exportação e considerou a realização de testes de fita e PCR (usados para identificar a presença de eventos GM) ao longo da rota. Para o estudo, seis eventos foram testados – vale lembrar que o Brasil tem hoje 11 eventos aprovados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

Neste cenário, o sistema de identificação da presença de eventos GM – descriminando os eventos nas cargas – gera um impacto negativo de 12,5% sobre as exportações de milho.

“A implantação de sistemas complexos e baseados em testes caros para identificação de OVM que já tenha sido avaliado nas questões de biossegurança e aprovado para plantio e consumo pela CTNBio, vai de encontro ao esforço feito pelo Brasil para reduzir custos de transporte e armazenamento de cargas, que é um dos fatores de perda de competitividade do agronegócio”, avalia José Maria.

O pesquisador destaca ainda que os EUA e a Argentina, principais competidores do Brasil nesse mercado, levam vantagem. No caso dos EUA, pelo uso de vários modais e de estrutura de segregação mais adaptada. Já a Argentina usa caminhões para distâncias mais adequadas, menores de 500 km. No Brasil, os longos trajetos feitos, por vezes, unicamente por transporte rodoviário, em estradas com manutenção precária, configuram um forte desafio.

“Avaliar esses valores e descobrir quais seriam as possíveis alternativas com custos menos onerosos para o Brasil são tarefas que podem melhorar a posição do país no ranking das exportações de commodities e também do agronegócio”.

José Maria da Silveira - Engenheiro agrônomo pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), mestre e doutor em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É professor do Núcleo de Economia do Instituto de Economia da Unicamp. É conselheiro do CIB.

CIB - Criado em 2001, o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) é uma organização não-governamental, cujo objetivo básico é divulgar conhecimento técnico-científico sobre a biotecnologia e seus benefícios, aumentando a familiaridade de todos os setores da sociedade com o tema.

O Conselho torna disponíveis informações baseadas em pesquisas feitas no Brasil e em todo o mundo, e nas opiniões de cientistas sobre as questões que estão sendo discutidas pela sociedade ou que demandam suporte para debate.

Para estabelecer-se como fonte segura, o CIB dispõe de um grupo de especialistas de diferentes áreas, chamados de conselheiros, que são ligados a universidades, institutos de pesquisa públicos e privados, consultorias, entre outras organizações. São profissionais que se destacam em sua área de atuação e fornecem credibilidade às informações divulgadas pelo CIB aos seus diferentes públicos.

Fonte: Perspectiva Assessoria de Comunicação

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