Estudo constata ataques de lagartas H. armigera em SP

04.02.2014 | 21:59 (UTC -3)

Trinta e oito amostras de lagartas provindas de várias regiões do Estado foram identificadas pelo Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG), da Universidade de Campinas (Unicamp), como sendo Helicoverpa armigera, espécie temida pelos produtores rurais.

O estudo, realizado pelo agrônomo Thiago Mastrangelo, pós-doutorando no CBMEG, foi solicitado pela Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), que estava preocupada com as informações que chegavam das cooperativas sobre ataques de lagartas. A Ocesp organizou coleta de amostras em plantações de produtores associados de algumas cooperativas (Holambra, Coplana, Coopermota, CACB e Cooperativa de Pedrinhas Paulista) e encaminhou para o estudo, que foi enriquecido com amostras de fazendas de outras regiões.

A lagarta H. armigera tem surpreendido produtores e pesquisadores pelo seu poder de destruição, causando prejuízos principalmente às lavouras de milho, soja, feijão e algodão. Em São Paulo, as cooperativas preveem perdas na safra atual da ordem de mais de R$ 1 bilhão por conta de lagartas. Para o dr. Mastrangelo, as evidências geradas pelas análises mostram que as populações dessa praga já estão estabelecidas por todo o Estado. “Acredito que a questão agora não é mais onde essa praga exótica está presente, mas onde não está”, alerta ele.

Expedição técnico-científica

Os resultados do estudo da Unicamp ficaram prontos no dia 20 de janeiro. No dia seguinte, a Ocesp encaminhou o trabalho para conhecimento e providências da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Apesar de não poder reconhecer oficialmente o estudo – uma vez que somente o Instituto Biológico está credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para diagnóstico fitossanitário em São Paulo –, a Secretaria de Agricultura iniciará uma expedição técnico-científica já no mês de fevereiro, com técnicos que vão percorrer todas as regiões do Estado para coleta de amostras e novos levantamentos sobre a H. armigera.

Um dos principais papéis da Ocesp, segundo o presidente Edivaldo Del Grande, é fazer o meio de campo entre as cooperativas, seus cooperados e os órgãos governamentais. “Estamos contribuindo para aproximar ainda mais a realidade e as necessidades do campo com os projetos do governo. Tudo funciona melhor em parceria”, afirmou.

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