Estudo avalia ação de plantas medicinais em doença do feijão-vagem

22.02.2010 | 20:59 (UTC -3)

Trabalho desenvolvido dentro do Programa de Pós-Graduação em Proteção de Plantas da FCA/ Unesp é premiado em Congresso de Fitopatologia.

Com um estudo sobre a ação de tinturas e óleos essenciais de plantas medicinais sobre uma doença que atinge a cultura do feijão-vagem, a engenheira agrônoma Sandra Cristina Vigo, doutora em Proteção de Plantas pela Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, câmpus de Botucatu, conquistou o Prêmio Summa Phytopathologica, outorgado pela Associação Paulista de Fitopatologia, em reconhecimento ao melhor artigo científico publicado no periódico Summa Phytopathologica, em 2009.

A premiação aconteceu durante as atividades do XXXIII Congresso Paulista de Fitopatologia, realizado em Ituverava/SP, de 2 a 4 de fevereiro de 2010. O artigo premiado, denominado “Ação de tinturas e óleos essenciais de plantas medicinais sobre o crestamento bacteriano comum do feijoeiro e na produção de proteínas de indução de resistência” tem como co-autores Renata de Cássia Câmara, Giuseppina Pace Pereira Lima e o professor Antonio Carlos Maringoni, do Departamento de Produção Vegetal da FCA e orientador da tese de doutorado da Sandra.

O prêmio é um reconhecimento do trabalho desenvolvido na FCA com enfoque numa área relativamente nova da fitopatologia. “A indução de resistência em plantas é algo ainda recente na pesquisa em nosso país e que pode se tornar importante para o controle de doenças nas culturas, principalmente de bacterioses que são de difícil controle e provocam grandes prejuízos aos agricultores”, argumentou Sandra.

A pesquisa focalizou o crestamento bacteriano, doença comum do feijão-vagem, causada pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli, capaz de provocar severos danos à produtividade dessa cultura.

Tinturas e óleos essenciais são compostos extraídos das plantas e que possuem alguma ação sobre patógenos que atingem espécies vegetais. Para estudar a ação desse material sobre o crestamento bacteriano, a pesquisa fez uso de tinturas de Lippia alba, Lippia sidoides, Mikania glomerata, Equisetum sp. e Hedera helix e de óleos essenciais de Rosmarinus officinalis e Cinnamomum zeylanicum.

Os testes feitos com as tinturas apontaram menores valores do progresso da doença, sob condições de casa de vegetação, com destaque para a tintura de L. alba, que evidenciou uma possível indução de resistência da planta à ação da bactéria. Os óleos essenciais não apresentaram diferença com relação ao progresso da doença ou à indução de resistência.

Os resultados lançam luzes sobre o potencial dos compostos de plantas, utilizadas há anos na farmacologia caseira, em induzir as plantas a se defenderem de doenças que as afetam. “As plantas não possuem sistema imunológico, mas ao terem contato com o alguns microrganismo ou substâncias químicas podem produzir compostos secundários que auxiliam na sua defesa a algumas doenças. Nosso intuito é pesquisar compostos que tenham esse tipo de ação nas plantas”, assinala Sandra. “Creio que esse trabalho ganha ainda mais importância, por tratar de uma doença bacteriana para a qual, atualmente, não há medidas eficazes de controle”.

Fonte: Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp - campus de Botucatu/SP e

Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais - Fepaf - (14) 3882-6300

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