Estimativas divulgadas na Datagro Ceise BR Conference e votação da medida Provisória 613 dão tom otimista ao primeiro dia da Fenasucro 2013

A DATAGRO CEISE Br Conference – FENASUCRO, que deu início à programação da 21ª edição da Feira, deu sinais de que a retomada de crescimento tão esperada pelo setor pode ganhar força. Além dos cenários e expectativas positivas, a Medida Provisória 613, aprovada hoje na Câmara dos Deputados, que se refere ao crédito presumido relacionado ao PIS/Pasep e Cofins e visa desonerar a cadeia produtiva do álcool com isenção de R$ 0,12 por litro, pode ser um estímulo importante.

O primeiro painel da conferência, com o tema Perspectivas do Mercado Mundial e Avaliação da Safra 2013/14 no Brasil, apresentado por Plínio Nastari, destacou o cenário mundial de produção de cana-de-açúcar, que não ameaça a hegemonia do Brasil como principal player global na exportação de açúcar e álcool. A previsão de produção para os principais concorrentes do país se mantêm estável enquanto a estimativa da safra brasileira para 2013/14 é 47.410 milhões de toneladas superior à produção de 2012/2013, devendo atingir 635.32 milhões de toneladas frente às 587.91 produzidas na safra anterior. Já a produção de etanol total deve ser de 26.940 milhões de metros cúbicos entre este e o próximo ano, sendo que na safra anterior contabilizou-se 23.190 milhões de metros cúbicos.

De acordo com Nastari, “com preços mais baixos do açúcar, existe uma tendência para a produção de etanol”. Dessa forma a desoneração pode ser um impulso ainda mais efetivo diante deste cenário. Além disso, o Brasil tem hoje uma frota circulante de mais de 10 milhões de carros flex e com grande potencial de crescimento. O acumulado da safra deste ano, contabilizado até o dia 16 de agosto, apresenta alta de 20,68% em relação ao mesmo período do ano passado, o que já pode, de certa forma, fundamentar as projeções positivas. Sem falar que a capacidade de renovação do etanol impacta diretamente na economia de cerca de 125 milhões de barris de importação de petróleo, um alívio para os cofres públicos, especialmente em tempos de instabilidade cambial.

As notícias são auspiciosas, ainda que a retomada vá exigir ajustes para promover o equilíbrio do setor, como investimentos em processos logísticos adequados e aquisição de soluções e equipamentos que resultem no aumento da capacidade produtiva. No Centro-Sul a produtividade agrícola está em alta nos últimos cinco anos, embora o blecaute logístico afete os custos operacionais. A capacidade de moagem de cana na região está praticamente ocupada (97% da produção), o que indica retomada de crescimento do setor exatamente no momento em que o consumo de combustível cresce 5% ao ano, percentual maior que o PIB atual. Somente Minas Gerais apresentou 8,2% de crescimento na produção alcooleira.

Participaram da abertura do evento Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br, Plínio Nastari, presidente do DATAGRO SP, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, presidente da ORPLANA de Piracicaba, Juan Pablo De Vera, presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, José Alberto Gimenez, prefeito municipal de Sertãozinho, Luiz Gonzaga Bertelli, diretor do departamento de infraestrutura da FIESP e o Sr. Antonio Tonielo, presidente da Copercana.