Entidades discutem potencial de ampliação do trigo no RS

Mobilização entre pesquisa, setor produtivo e indústria de proteína animal avança no Rio Grande do Sul

09.04.2021 | 20:59 (UTC -3)
Embrapa

Uma visita de representantes da Farsul, Senar-RS e ABPA na Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS, no dia 08/04, avançou na discussão sobre um projeto de ampliação no cultivo de cereais de inverno no Rio Grande do Sul. Foram avaliadas opções tecnológicas e protocolos para a realização de ações de pesquisa e transferência de tecnologia.

De acordo com Jorge Lemainski, chefe de Transferência de Tecnologias, da Embrapa Trigo, o desafio é expandir o cultivo de inverno como uma segunda safra que possa gerar renda e movimentar a economia do Estado. “Estamos traçando, junto com as demais entidades, os caminhos para essa expansão”, explica Jorge, destacando que a base dos trabalhos deverá contar com o acompanhamento de lavouras expositivas, capazes de apresentar produtos, processos e impactos econômicos das culturas de inverno nas diferentes regiões do RS. “Precisamos estabelecer indicadores econômicos e tecnológicos, como adaptação de cultivares e manejo, em cada região. Por isso a sugestão de trabalhar com lavouras expositivas que também servirão de base para as ações de transferência de tecnologias”.

Umas das principais oportunidades é o uso dos cereais de inverno na alimentação animal, tanto como forragem quanto em grãos para a ração. Segundo o presidente do conselho consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, o uso de cultivos de inverno como fonte de alimento é a principal alternativa para a indústria de suínos e aves, que enfrenta o desabastecimento de milho na elaboração da ração.

Na pecuária, de leite e de corte, o uso dos cereais de inverno deverá ser direcionado à produção de forragens, em forma de pastagens ou alimento conservado (silagem ou feno).

“Não podemos incentivar o cultivo do trigo de forma irresponsável. Precisamos de uma articulação ainda maior com a indústria, moageira e de proteína animal, para assegurar a liquidez da produção”, ressalva Eduardo Condorelli, da diretoria executiva do Senar-RS, lembrando que diversificar as espécies e o destino dos cereais de inverno é a base para um projeto de resultados nas diversas cadeias envolvidas na ação.

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