Governo divulga nesta quinta safras de grãos e café
Projetos de segurança alimentar e capacitação rural serão executados pelo Brasil em países de língua portuguesa no continente africano, ainda neste semestre, a partir do termo de cooperação internacional assinado nesta quinta-feira (07/05).
O protocolo envolve o Sistema CNA/SENAR, Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e Ministério das Relações Exteriores, na sede da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para consolidar as Metas do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU). “Queremos que todo o conhecimento que o Brasil adquiriu em produção, em tecnologia, seja repassado. Desta forma, podemos contribuir para reduzir a fome em 50% antes de 2015, que é o prazo definido pela ONU como a prioridade número 1 das metas”, destacou a presidente da CNA e do Conselho Deliberativo do SENAR, senadora Kátia Abreu.
Pelas linhas definidas do projeto, técnicos brasileiros do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) vão visitar fazendas e instituições de ensino para levar conhecimentos a técnicos e agricultores de Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Angola -- os cinco países de língua portuguesa na África -- e em nações da América Latina, como Paraguai, onde um projeto-piloto já foi discutido pelo SENAR e governo vizinho. A idéia é transferir conhecimentos técnicos também ao Timor Leste, na Oceania, conhecido no passado como Timor Português.
De acordo com a proposta de criar uma rede de conhecimentos para aumentar a produtividade agrícola e a renda desses países, técnicos africanos também visitarão fazendas-escolas brasileiras. O primeiro passo para a realização dos projetos é a assinatura do protocolo de cooperação técnica entre a senadora Kátia Abreu, presidente da CNA e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e o ministro Marco Farani, diretor-geral da ABC e do Itamaraty. “Em um momento que a agricultura brasileira com bons olhos no mundo inteiro, é fundamental que o Estado brasileiro cumpra sua parte para ajudar aqueles que precisam”, disse Farani.
“O Brasil é dos últimos celeiros de produção de alimentos do mundo e não podemos fechar os olhos para situações emergenciais como o crescimento da fome e da miséria no planeta”, justificou Kátia Abreu, ao explicar a participação do País no projeto de cooperação internacional para combater a miséria no mundo - de acordo com as Metas do Milênio estabelecidas pela ONU.
Os técnicos brasileiros vão atuar em seis frentes de ação: 1) Fazendas escolas, que são centros de formação e profissionalização rural; 2) Oficinas de formação de recursos institucionais, com ações centralizadas na elaboração de cartilhas e outros produtos teóricos e metodológicos; 3) Capacitação de profissionais e técnicos em ciências agrárias pela metodologia SENAR; 4) Capacitação de lideranças e agentes locais com a missão de diagnosticar as demandas das comunidades rurais, com foco na transferência de tecnologias (inseminação artificial, fruticultura, mecanização etc); 5) Intercâmbio de profissionais entre os países no acordo de cooperação técnica internacional para assimilação dos métodos e tecnologias do SENAR; 6) Avaliação e monitoramento contínuo das atividades.
A execução dos cursos e atividades práticas dos subprogramas acima relacionados foi estruturada a partir do princípio de que os governos deverão promover medidas simplificadas de organização empresarial para superar os obstáculos da baixa produtividade e baixíssima renda nesses países. “A intenção é fazer com que os produtores rurais dessas nações atuem com mais eficiência nas culturas identificadas como as mais rentáveis, pode ser grãos, tubérculos, frutas, hortaliças. Nossos técnicos estão preparados para transmitir esses conhecimentos”, destacou a presidente da CNA.
“O projeto de cooperação do SENAR vai além do campo, pretende elevar os índices educacionais, melhorar a saúde, privilegiar a figura da mulher rural, transferir tecnologias para aumento da renda e qualidade de vida”, acrescentou Kátia Abreu.
O Superintendente Executivo do SENAR, Omar Hennemann, explicou que cada ação do projeto será adequada às realidades locais e suas peculiaridades. “Vamos mandar para esses países os nossos melhores instrutores e o acompanhamento de cada etapa dos projetos será o mais criterioso e contínuo possível”, afirmou Hennemann.
Além da redução da fome e da miséria, as Metas do Milênio da ONU que o Brasil seguirá tencionam diminuir a mortalidade infantil, combater a AIDS, oferecer educação básica para todos, conscientização sobre a igualdade de sexos e a valorização da mulher, respeito ao meio ambiente e trabalho conjunto pelo desenvolvimento.
Fonte: Assessoria de Comunicação da CNA - (61) 2109-1411 /
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