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A evolução da qualidade tecnológica nas cultivares de trigo que estão no mercado dominou as discussão no II Encontro de Produtores de Sementes Licenciados da Embrapa, que aconteceu no dia 29/04, em Passo Fundo, RS. O evento contou com mais de 70 profissionais do setor produtivo representando empresas e cooperativas do RS, SC e PR.
Nas últimas duas décadas, não foi somente o aumento no rendimento das lavouras brasileiras que configurou novos cenários para a cultura, como também a adaptação do sistema produtivo às exigências do consumidor. A demanda crescente pelos produtos industrializados com características específicas (massa amarela, pão branco, biscoito crocante, alimentos infantis, etc) tem orientado a seleção de cultivares ainda nas lavouras. “A nossa demanda maior é por trigo pão, destino de 70% do consumo no Brasil. O lançamento de cultivares está direcionado para esta demanda, mas sem esquecer de materiais que possam atender novos nichos de mercado que exigem produtos segregados por quesitos específicos como força de glúten, número de queda, teor de proteínas, cor, absorção de água e muitos outros. Discutir qualidade é avaliar todos os fatores que vão impactar no preço de comercialização do trigo”, avalia o Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Sergio Roberto Dotto.
Para o coordenador da Câmara Setorial do Trigo no Rio Grande do Sul e secretário adjunto de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Áureo Mesquita, “qualidade é um parâmetro relativo, que depende do uso do trigo pela indústria”. Segundo Mesquita, na última safra foi plenamente desmistificado que o trigo gaúcho não tem qualidade: “a produção do RS foi superior a 3 milhões de toneladas de grãos e acabou com mais de 70% da safra comercializada no mercado interno. Sem dúvida, foi uma safra de excelente qualidade que tende a se repetir nos próximos anos”.
O representante do Governo Gaúcho alerta que o problema da produção no Estado ainda é a mistura de grãos de diferentes aptidões, enquanto o mercado comprador busca trigo segregado. A proposta para amenizar o problema é a criação de uma lista de cultivares que serviria para orientar a produção de trigo no Estado. Na prática, a lista apresentaria apenas as cultivares da classe pão que mais se destacassem no Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo, realizado todos os anos pela Fepagro e Embrapa Trigo. Assim, além de excluir do setor produtivo cultivares antigas, de baixa qualidade e queda no rendimento, o projeto ajudaria a estabilizar a qualidade do trigo como forma de garantia de mercado e remuneração.
Na visão do produtor de Passo Fundo, RS, Humberto Falcão, nem sempre é a qualidade que dificulta a comercialização: “Dependemos do mercado internacional, da frustração de safra em outras regiões produtoras, da política de preços, do consumo... uma série de fatores que impactam no nosso negócio do trigo. Como produtores, cabe a nós ofertar ao mercado sempre o melhor, investir e manejar bem o trigo para depois avaliar o melhor destino”.
O evento contou ainda com avaliação da cultivar BRS Parrudo safra 2013 e apresentação de um pré-lançamento para validação dos produtores. O evento foi promovido pela Embrapa Trigo, Embrapa Produtos e Mercado e Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do RS.
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