Encontro de Confinamento da Scot Consultoria entrevista o palestrante Mateus Paranhos

19.02.2013 | 20:59 (UTC -3)
Fonte: Equipe Scot Consultoria

Nos dias 3, 4 e 5 de abril acontecerá o Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto-SP, onde um time de analistas de mercado e de técnicos do setor discutirão o que será possível e o que será impossível para os confinadores nesta temporada. O encontro tem grande importância de mercado e vem sendo realizado há vários anos, concentrando profissionais de toda a cadeia pecuária.

O evento reunirá os principais agentes-chave da pecuária brasileira para expor, de forma clara e objetiva, as tendências de mercado: principais ferramentas de proteção de preço, estratégias de manejo, mercado de grãos, nutrição de animais, reforma de pastagens, custos do confinamento, entre outros.

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Um dos palestrantes será o zootecnista Matheus Paranhos, doutor em psicobiologia pela Universidade de São Paulo. É professor assistente da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), pesquisador-visitante na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e membro de Comitê Consultivo em Educação e Bem-Estar Animal da Comissão Europeia.

Sua palestra abordará o comportamento de bovinos e o manejo racional dos animais no confinamento.

Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à organização do Encontro de Confinamento da Scot Consultoria.

Os erros dependem do tipo de manejo que está sendo desenvolvido. Mas, pode-se dizer que é muito comum o pessoal trabalhar em condições que não oferecem conforto ou segurança para os trabalhadores e para os animais, com alto risco de acidentes e baixa produtividade no trabalho.

Sim, é possível. Neste caso a adoção do manejo racional deve ser feita durante as rotinas de manejo no curral (vacinações, pesagens, embarques, entre outros) e também devem estar presentes nas instalações do confinamento e de manejo e na formação dos lotes, além do acompanhamento diário dos animais nos currais do confinamento.

O que posso dizer é que instalações mal planejadas, em relação às suas dimensões e desenhos, e mal construídas geralmente resultam em problemas de manejo cuja severidade vai depender do número e da gravidade das falhas cometidas.

Então, não há somente um ponto chave. Todos os elementos relacionados com as condições a que os animais serão submetidos durante as rotinas de criação e de manejo devem ser levadas em conta para que o confinamento seja bem sucedido.

Não conheço a realidade dos confinamentos nos Estados Unidos, mas sei pela leitura de artigos científicos, que eles também enfrentam muitos problemas relacionados a dificuldades de adaptação de animais ao confinamento, e que há muito que ser melhorado para a implantação do manejo racional.

O destaque vai para o trabalho da Dra. Temple Grandin, que promove esses conceitos nos Estados Unidos há muitos anos. Portanto, creio que todos ainda têm muito que melhorar em relação ao manejo dos bovinos confinados.

O manejo alimentar é parte importante da adoção do manejo racional, portanto, a meu ver, são elementos inseparáveis. Por exemplo, o mau manejo no curral pode causar perdas irreversíveis, decorrente de acidentes que podem levar, em casos extremos, o animal a morte.

Sim, creio que é um processo lento, mas contínuo. Muitos produtores têm adotado as boas práticas de manejo em suas propriedades, às vezes de forma um tanto acanhada, mas é assim mesmo que as mudanças de comportamento ocorrem, lentamente.

Bom, este assunto vai ser bem esmiuçado na palestra que darei no Encontro de Confinamento.

Basicamente, nós erramos menos quando conhecemos os sujeitos com quem trabalhamos (neste caso, os bovinos) e conhecer o comportamento é a melhor forma de errar menos.

Assim, quem conhece o comportamento dos bovinos está mais preparado para antecipar um ataque ou um estouro de boiada e, também, para perceber que algo não está bem com um determinado animal dentro do lote, podendo agir antecipadamente e de forma a reduzir os riscos de acidentes, de morte de animais ou mesmo de perda de peso.

Não é caro, mas também não é fácil. Exige determinação (vontade de fazer) e algum conhecimento (saber como fazer).

Eu diria que o retorno é imediato. No final de cada dia de manejo é possível observar os benefícios dessas boas práticas de manejo, tanto nas pessoas que trabalham nas fazendas quanto nos animais que nelas vivem.

Divulgação

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