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O slogan “Do Pomar à Mesa – Em defesa da Citricultura Regional” foi o tema do convite para participação do Encontro Regional de Citricultura que levou mais de 300 pessoas ao Centro Comunitário Fábio Rogério Concórdia, em Sud Mennucci, no dia 31 de agosto. O evento reuniu municípios de quatro Regionais CATI (Jales, Fernandópolis, Votuporanga e General Salgado) que têm na fruticultura, em especial na citricultura, relevante importância econômica por envolver, não só os produtores rurais, mas a mão de obra, direta e indireta, de mais de 16 mil pessoas.
Essa ação demonstra não só a união, mas a preocupação dos órgãos governamentais em colocar à disposição do agricultor a capacitação necessária para o combate às principais doenças, como greening, amarelinho (CVC) e cancro-cítrico, esta última, o principal tema de discussão do Encontro. Além de demonstrar o avanço da doença no Noroeste paulista, os palestrantes falaram sobre conscientização e envolvimento das Prefeituras e da população em geral.
“Escolhemos Sud Mennucci porque o município fez um trabalho excelente e de baixo custo para a erradicação das plantas doentes, desde as áreas cultivadas até quintais, envolvendo toda a população. As nossas Casas da Agricultura têm o papel de organizar as ações de conscientização das medidas sanitárias e procurar parcerias”, afirmou José Carlos Rossetti, coordenador da CATI. “Este Encontro é uma demonstração do compromisso das entidades e da adesão do produtor”, avaliou o coordenador.
Rossetti disse ainda que não se tratou de um ato isolado, mas um novo marco nas ações da CATI, que preveem capacitação de técnicos e produtores e, em conjunto com a pesquisa, a oferta de alternativas de variedades de laranja para mesa e de outras frutíferas. “A Secretaria de Agricultura está em fase de lançamento do Programa Fruticultura Paulista e, entre as ações, o primeiro Projeto é de Educação Sanitária, envolvendo a região Noroeste”.
O Encontro Regional de Citricultura foi organizado pela CATI em parceria com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) e o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
“O combate ao cancro cítrico está muito mais voltado à conscientização da população do que as outras doenças porque a sua disseminação não é feita por um inseto vetor, no caso o vetor é o próprio homem, que passa a doença pelo contato manual com plantas e frutas infectadas, por intermédio de roupas e meios de transporte”, explicou o diretor do grupo de Defesa Sanitária Vegetal da CDA, Euclides de Lima Moraes Filho.
Faz coro com ele, o engenheiro agrônomo Ryosuke Kavati, membro da Comissão Técnica de Fruticultura da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. “Não se trata apenas dos produtores rurais, mas da conscientização de toda a cadeia produtiva e da população em geral que, direta ou indiretamente, vive dessa atividade econômica”.
O exemplo aconteceu quando o médico veterinário José Ricardo Solfa, diretor da Divisão de Agricultura da Prefeitura de Sud Mennucci, foi procurado pelo produtor Ayres Ferracini, preocupado com o avanço das doenças nos pomares da região e com o que poderia ser feito e que servisse de exemplo aos demais municípios. Em uma ação conjunta entre Casa da Agricultura, Prefeitura, enfermeiras do Programa de Saúde da Família e empresa privadas, foi organizada uma força-tarefa que fez o levantamento de plantas doentes e a seguir a erradicação. “Foi um trabalho de conscientização da população. Teve gente que arrancou seu único pé de laranja porque entendeu que, por estar perto do ponto de ônibus, os trabalhadores que passassem pelo local poderiam levar a contaminação para os seus ambientes de trabalho, fosse nas próprias lavouras ou aos packing houses, comuns na região”, contou José Ricardo.
Alternativas de incentivo ao consumo da laranja, como na merenda escolar, além de um marketing dos valores nutricionais da fruta, foram levantadas por produtores e pelo presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, José Adriano Ferreira.
A fruticultura passa por graves problemas fitossanitários, o que acaba por desestimular os agricultores. Visando minimizar esse fato a pesquisa agropecuária e assistência técnica e extensão rural se uniram para buscar soluções adequadas para o fortalecimento do setor.
Aliado a isso, hoje existe uma tendência do mercado para o consumo preferencial de produtos produzidos de forma sustentável e com rastreabilidade. Os técnicos envolvidos na elaboração do Programa acreditam que com a mecanização da cana-de-açúcar, as áreas com grande declividade serão ocupadas por outras atividades e a formação de novos pomares pode ser uma alternativa para viabilizar essas pequenas propriedades.
A fruticultura é uma das alternativas para promover o desenvolvimento rural sustentável e fortalecimento do agronegócio paulista. Para tanto, o primeiro projeto que agora se inicia é o da Educação Sanitária para minimizar os problemas e os prejuízos acarretados pelo cancro cítrico e greening na região noroeste do Estado e que vai trabalhar aproximadamente 20 mil hectares até 2015.
O segundo projeto é o de Fortalecimento da Fruticultura Paulista que visa organizar a cadeia produtiva de frutas e implementar a proteção integrada da planta nos pomares atendidos. A expectativa é de atingir 210 mil hectares, em todo o Estado de São Paulo, até 2015.
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