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Bioeconomia, agricultura, inovações tecnológicas e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram os destaques da terceira edição da série "Academia – Empresa", promovida pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), cujo objetivo é integrar acadêmicos e empresários.
Com o título "A Agricultura Brasileira na Emergente Bioeconomia", o encontro foi realizado na segunda-feira (5) na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF). Estiveram presentes pesquisadores e gestores da Embrapa, parlamentares, representantes de ministérios, da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e de empresas do mercado de inovações tecnológicas, entre elas, Monsanto, John Deere e Oxitec do Brasil.
"Faz todo sentido discutir essa interação e essa interface da agricultura com a bieconomia nesse momento em que a sustentabilidade ganha o topo da agenda de prioridades da sociedade, em todo o mundo. Estamos todos preocupados em pensar e viabilizar um modelo de desenvolvimento seguro, de baixa emissão, de baixo impacto, que utilize a base de recursos naturais de forma prudente e inteligente. Esse movimento pela sustentabilidade está muito marcado, incrustado na agenda dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a agenda 2030, que tem um impacto enorme para a agricultura e para a agropecuária no presente e terá um impacto ainda maior no futuro", destacou o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, na abertura do evento.
A sessão inicial contou ainda com a participação do presidente e vice-presidente da ABC, Luiz Davidovich e João Fernando Gomes de Oliveira, respectivamente; e de Jorge Guimarães, presidente da Embrapii.
Guimarães destacou a necessidade de ampliar a participação do agro na dinâmica de financiamentos de projetos da Embrapii. "Do total de projetos que temos hoje, apenas 2,5% são do setor agroindustrial. Nossa expectativa é que novas organizações participem da Embrapii a partir de eventos como esses que estamos realizando hoje", enfatizou o dirigente ao apresentar estudo sobre o número de empresas contratantes de projetos gerenciados pela Embrapii.
A missão da empresa é apoiar instituições de pesquisa tecnológica em áreas de competência selecionadas, para que executem projetos de desenvolvimento de pesquisa tecnológica para inovação, em cooperação com a indústria. Possui uma carteira de 417 projetos com 298 empresas parceiras, que movimentaram R$ 676 milhões em financiamentos no ano passado.
A Embrapii atua por meio da cooperação com instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas, tendo como foco as demandas empresariais e como alvo o compartilhamento de risco na fase pré-competitiva da inovação.
O evento
Além da sessão de abertura, o encontro foi composto por três painéis: Agricultura e Sociedade na Nova Economia; Cenários e Futuros Possíveis para a Bioeconomia no Brasil; A Bioeconomia e o Mercado de Inovações Tecnológicas no Brasil. Também representaram a Embrapa o diretor-executivo de Inovação e Tecnologia, Cleber Soares; o secretário de Inteligência e Relações Estratégicas, Renato Rodrigues; o gerente de Inteligência Estratégica e coordenador do Agropensa, Edson Bolfe; e os pesquisadores Elíbio Rech, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, e Eliseu Alves, ex-presidente da Empresa.
Para Lopes, a combinação do setor público com o privado faz com que o agronegócio brasileiro tenha protagonismo no cenário mundial, sendo capaz de se destacar como provedor de alimentos não só para a sociedade brasileira, mas para o mundo. O presidente reconhece, no entanto, que ainda há muito a ser feito. "Há questões emergindo na agenda da sociedade que vão exigir mais inovação, mais conhecimento, novas empresas, mais empreendedorismo. Não há dúvida alguma que essa vertente da bioeconomia dialogando com a agenda 2030 é um caminho que a agricultura brasileira precisará trilhar para que consiga dialogar com a agenda da sociedade que está emergindo", disse, durante sua participação no painel sobre o papel da agricultura e da sociedade na nova economia.
Apesar de a bioeconomia ainda ser um tema emergente no País, já existem inovações tecnológicas na agricultura em perfeita sintonia com a proposta: o Brasil é líder no desenvolvimento de modelos de baixo impacto, possui serviços ecossistêmicos e ambientais exemplares, além de ter um Código Florestal moderno e uma política pública consistente para a agricultura de baixo carbono.
"O Brasil está fazendo talvez a grande revolução na agropecuária e no cinturão tropical do globo, com o conceito da intensificação sustentável integrando lavoura-pecuária, lavoura-pecuária-floresta. Não estamos partindo do zero na bioeconomia. Estamos partindo para um modelo de produção integrada, sistêmica, onde a agricultura dialoga com a natureza, provê serviços ambientais e dialoga com o desafio de desenvolver produtos inovadores que correspondam aos anseios da sociedade, uma sociedade que quer alimento de baixo impacto, de baixa emissão de carbono, produzido de forma segura, de forma inteligente", destacou Lopes.
Cleber Soares, coordenador do primeiro painel, afirmou que o desafio é fazer a conexão da bioeconomia com a inovação digital. Para ele, a inovação digital deve estar presente em todo o processo, visando, por exemplo, o fortalecimento das cadeias produtivas e da indústria agrícola. "É necessário que a bioeconomia se conecte e traga a economia digital para seus processos mínimos", disse.
Além de apontar convergências entre as inovações tecnológicas da Embrapa e a bioeconomia, como a relação direta da produção de alimentos com a nutrição e a saúde, Lopes também destacou a importância da atuação integrada da ciência com a cultura, a tradição, a gastronomia e o turismo nos diversos territórios brasileiros. "Portanto, há um grande número de dimensões e áreas onde a agricultura, a bioeconomia e a agenda global dos ODS terão oportunidade de atuarem em sinergia".
Também participaram do evento, compondo os painéis, o presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Márcio Miranda, os deputados federais Hugo Leal (PSB-RJ) e Celso Pansera (MDB-RJ), o presidente para a América do Sul da Monsanto, Rodrigo Santos, o diretor-executivo da Oxitec do Brasil, Jorge Espanha, o presidente da John Deere, Paulo Herrmann, e Elisabeth Farina, diretora-presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica).
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