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De 28 de agosto a 1º de setembro, a Embrapa Mandioca e Fruticultura e o Centro Conjunto Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura / Organismo Internacional de Energia Atômica (FAO/OIEA) de Técnicas Nucleares na Alimentação e Agricultura realizaram, em Cruz das Almas (BA), o “Curso de formação regional para resistência ao Fusarium via mutagênese em bananeira”.
Organizado pelo pesquisador Edson Perito Amorim, líder do Programa de Melhoramento Genético de Bananeira e Plátano da Embrapa, o treinamento foi destinado a 12 técnicos da Colômbia, Costa Rica, México, Peru, Venezuela, Áustria e Brasil. “O objetivo foi qualificar diferentes representantes das instituições internacionais da América Latina e Caribe em melhoramento genético por meio de mutagênese em bananeira”, explicou. Mutagênese é um processo que altera a informação genética de um organismo e dá origem a uma nova variedade. “A ideia é desenvolver variedades resistentes à murcha de Fusarium”, continuou. Causada pelo fungo Fusarium oxysporum f.sp cubense, a murcha é a doença mais destrutiva da cultura, ainda sem controle definitivo e presente em diversos países.
O curso foi ministrado por Amorim, os pesquisadores Fernando Haddad, Janay dos Santos-Serejo e Claudia Fortes, os analistas Andresa Ramos, Fabiana Aud e Leandro Rocha, a bolsista Lucymeire Morais Lino e o professor Augusto Tulmann Neto, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (Cena/USP) – esse último, por meio de palestra on-line.
As diversas atividades práticas aconteceram nos Laboratórios de Fitopatologia e de Cultura de Tecidos, onde foram passadas informações sobre manejo, introdução e multiplicação in vitro de bananeira e sobre avaliação de genótipos de bananeira em relação a resistência à murcha, respectivamente, e nas áreas experimentais, em telados e no campo, incluindo o Banco Ativo de Germoplasma, os blocos de cruzamentos, os blocos de novos híbridos e bananal do tipo Cavendish.
Cinthya Zorrilla, pesquisadora do Centro Conjunto FAO/OIEA, salientou a importância do treinamento. “Esta é uma parte das atividades de usos pacíficos de energia atômica nuclear da OIEA em diversas áreas, incluindo medicina, meio ambiente e agricultura. Nesse caso, temos um projeto de cooperação técnica que utiliza a energia nuclear para desenvolver variedades com resistência a Foc R4T”, informou.
Participam do projeto 13 países da América Latina e do Caribe e a expectativa é o ingresso de outros países. “No futuro vão se unir mais países da África e da Ásia que também têm problema com essa doença. Todos vamos trabalhar de maneira cooperativa, colaborativa, para desenvolver capacidades e fortalecer os laboratórios de melhoramento e também a detecção da doença nesses países”, detalhou Cinthya.
O fungo pode entrar por diferentes vias: solo contaminado carregado em sapatos, ferramentas, mudas de bananeira (visivelmente sadias, mas infectadas) e plantas ornamentais, que podem também ser hospedeiras.
As pesquisas já desenvolvidas pela Embrapa nas áreas de melhoramento genético e de manejo da doença em relação às raças existentes no Brasil são um marco referencial para o combate de um eventual surto de R4T no País. A Embrapa monitora as populações do patógeno existentes no território brasileiro, o que auxiliará na seleção e na recomendação de variedades e até numa detecção oportuna de um foco.
A doença já ocorre na Austrália, Filipinas, Malásia, Indonésia, Taiwan, China, Omã, Jordânia, Moçambique, Colômbia e Peru, onde o foco foi identificado em 2020. A presença da praga em dois países vizinhos com fortes laços de amizade e comerciais deixa o Brasil em permanente estado de alerta.
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