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A Embrapa lançou nesta terça-feira (9/12), durante um Dia de Campo em Araucária (PR), a cultivar de batata BRS F21, desenvolvida para atender às demandas da indústria de processamento. Apelidada de “Braschips”, a cultivar combina alta produtividade, maior estabilidade de desempenho e características que elevam o rendimento industrial na produção de chips e batata-palha.
Resultado de mais de dez anos de pesquisa, a nova cultivar já passou pelos primeiros testes em parceria com agroindústrias e entrou na fase de avaliações em maior escala com produtores fornecedores da matéria-prima.
Segundo o pesquisador Giovani Olegário, da Embrapa Hortaliças (DF), a BRS F21 reúne atributos considerados estratégicos: alto teor de matéria seca - o que propicia chips mais sequinhos e crocantes -, baixo teor de açúcares, polpa amarelo-clara, textura firme e tubérculos ovalados. Também apresenta baixa incidência de desordens fisiológicas, como manchas internas e rachaduras.
Com potencial para superar cultivares atualmente utilizadas pelo setor, a BRS F21 apresenta ampla adaptação às principais regiões produtoras do País, incluindo o Triângulo Mineiro, responsável pelo maior volume de batata destinada ao processamento.
O ciclo um pouco mais longo favorece o acúmulo de amido, característica valorizada pela indústria. Olegário reforça que o manejo pré-colheita, sobretudo o período de cerca de dez dias entre a dessecação e a retirada dos tubérculos, é determinante para obtenção de chips mais claros.
A resistência ao vírus PVY, considerada a doença de maior impacto econômico para a cultura no Brasil, é um dos diferenciais da BRS F21. O patógeno causa mosaico, enfraquecimento das plantas e redução de produtividade. Como o cultivo é por tubérculos, a presença do vírus compromete a qualidade das sementes - algo mitigado na nova cultivar, que mantém vigor produtivo ao longo dos ciclos.
A BRS F21 também mostrou bom nível de tolerância a doenças foliares como requeima e pinta-preta, frequentes no Sul do País.
A cultivar integra o Programa de Melhoramento Genético de Batata da Embrapa, que desenvolve materiais adaptados às condições tropicais e subtropicais do Brasil para diferentes usos - consumo in natura, produção orgânica e processamento industrial.
Nos últimos dez anos, além da Braschips, o programa lançou as cultivares BRS F63 (Camila), BRS F183 (Potira), BRS F50 (Cecília) e BRS Gaia, voltadas a usos específicos como saladas, pré-fritos, cultivo orgânico e versatilidade de preparo.
O desenvolvimento da BRS F21 envolveu equipes da Embrapa Clima Temperado (RS) e Embrapa Hortaliças (DF), com avaliações nas estações experimentais de Canoinhas (SC) e Cascata, em Pelotas (RS), além de testes com produtores e indústrias de diferentes regiões.
Os primeiros licenciados para a produção de batata-semente da BRS F21 foram selecionados em edital no início do ano e possuem cadastro no Renasem, do Ministério da Agricultura. As informações sobre os licenciados estão disponíveis no portal da Embrapa.
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