Marco regulatório: benefícios para setor sucroenergético
Para a Embrapa, diminuir o impacto de suas atividades de pesquisa no meio ambiente é uma obrigação para cumprir a legislação ambiental e reafirmar o compromisso de gerir adequadamente os resíduos de laboratórios e campos experimentais.
Foram investidos, em 2008 e 2009, R$12,5 milhões em obras e ações voltadas para a melhoria da gestão ambiental da Embrapa. Do total investido, R$10,1 milhões são provenientes do Programa de Fortalecimento e Crescimento da Embrapa – PAC Embrapa. “A Embrapa está se antecipando às cobranças. Cumprir as exigências já é um desafio”, comenta o arquiteto Ricardo de Oliveira Encarnação, pesquisador especializado em gestão ambiental.
Desde 2004, Encarnação participa dos planos de gerenciamento de resíduos de laboratórios e campos experimentais. O pesquisador lembra que, nos anos de 2005 e 2006, uma das primeiras ações referentes à gestão ambiental na Embrapa foi “a retirada do passivo químico dos laboratórios e campos experimentais”, volume equivalente a 64 toneladas de produtos tóxicos. O material, incluindo substâncias cancerígenas e radioativas, foi incinerado por empresa especializada.
Desde então, o foco tem sido implantar as diretrizes de gestão ambiental, tema de projeto do Macroprograma 5 liderado por Encarnação e originário de outro projeto conduzido pelo pesquisador Juarez Tomé Júnior e equipe. “Todas as Unidades que possuem confinamento de animais tiveram seus esgotos tratados”, lembra Encarnação sobre os investimentos executados nas Unidades Gado de Leite (Juiz de Fora, MG), Clima Temperado (Pelotas, RS), Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) e Suínos e Aves (Concórdia, SC).
Se no início das ações de gestão ambiental, os investimentos só beneficiavam algumas Unidades, o quadro mudou com o aporte de recursos possibilitado pelo PAC Embrapa e Agrofuturo. Os novos investimentos foram aplicados na construção de 33 Gerelab (Laboratório de Gerenciamento de Resíduos Laboratoriais), 24 Gerecamp (Gerenciamento de Resíduos de Campo) e 25 estações de tratamento de esgotos. “A meta para 2010 é ter todas as Unidades com esgoto tratado”, destaca.
Outra novidade é a implantação de 12 Geressol, áreas apropriadas para o gerenciamento de resíduos sólidos não relacionados à pesquisa. Papel, vidro, latas, lâmpadas, entre outros materiais, são coletados e separados para reciclagem.
Encarnação diz ainda que “um ponto de honra do projeto” são as unidades de compostagem. Nesses espaços, que começam a ser implantados em algumas Unidades, o lixo orgânico é armazenado para produção de adubo. “Até cadáveres de animais podem ser destinados para compostagem”, comenta.
Tão importante quanto construir a infraestrutura necessária para gerir resíduos, é treinar os usuários e incentivar todos os empregados a colaborar com a gestão ambiental. “Muitas ações são administrativas e envolvem mais mudanças de comportamento do que investimento de recursos financeiros”, salienta Encarnação.
Gustavo Porpino
Embrapa
(61) 3448-4335 /
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura