Embrapa e JICA planejam parceria em prol de Moçambique

02.04.2009 | 20:59 (UTC -3)
ptenesfrde

O embaixador Kenzo Oshima, vice-presidente da Agência de Cooperação Internacional do Japão – JICA, anunciou nesta quinta-feira (02/04), durante visita à Embrapa Cerrados (Planaltina/DF), o interesse em atuar em conjunto para desenvolver a agricultura de Moçambique.

As duas instituições já têm um cronograma para dar início às atividades no país de língua portuguesa do sudeste africano.

O governo moçambicano, por meio da embaixada no Brasil e do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), demonstrou interesse na parceria e conta com a atuação do IIAM para dar suporte as ações planejadas. “Vamos discutir com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) as questões diplomáticas e envolver o governo do país beneficiado no planejamento”, comenta Yutaka Hongo, conselheiro sênior de Cooperação Internacional da JICA.

A intenção da JICA é formar um grupo de trabalho, ainda em 2009, para estudar as demandas do país africano e definir ações. A definição das atividades prevê o estudo de casos de pequenos agricultores e cooperativas agrícolas do Cerrado para analisar a viabilidade de transferir algumas tecnologias para Moçambique.

Para Oshima, que também articula uma parceria com a Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás/GO), é necessária uma revolução verde no continente africano para aumentar a produtividade agrícola e elevar o desenvolvimento humano da região subsaariana. O vice-presidente da agência japonesa destaca que, em janeiro de 2010, será realizado, em Tóquio, o Simpósio internacional sobre a parceria Japão-Brasil para a cooperação nas savanas tropicais africanas. As discussões do evento servirão de base para elaborar o programa de cooperação agrícola em prol de Moçambique.

Os pesquisadores Djalma Martinhão, da Embrapa Cerrados, e Edson Lobato, pesquisador aposentado da Unidade que em 2006 recebeu o “World Food Prize”, nos EUA, estiveram em Moçambique em maio de 2008 para transferir conhecimentos na área de fertilidade do solo e aproveitamento de calcário e fosfatos na agricultura. “Utilizaremos os pesquisadores sênior para elaborar os programas de atividades”, comenta Jose Robson Sereno, chefe geral da Embrapa Cerrados.

Para Sereno, a experiência em inovação tecnológica do Cerrado pode ser transferida para outras savanas tropicais. O pesquisador salienta ainda que há interesse de realizar pesquisas conjuntas, principalmente adaptativas, e oferecer treinamentos no Brasil ou África tanto para estudantes como para técnicos agrícolas.

Durante a visita à Embrapa Cerrados, a comitiva da JICA conheceu o laboratório de sensoriamento remoto, coordenado pelo pesquisador Edson Sano, e outros laboratórios. O pesquisador Geraldo Martha Junior, representante da Embrapa no simpósio sobre segurança alimentar realizado em Tóquio neste ano, fez uma apresentação sobre o desenvolvimento agrícola do Cerrado. José Ribamar dos Anjos, Jorge Werneck Lima, Euzébio Medrado e Gustavo Mozzer, pesquisadores da Embrapa Cerrados, e Alexandre Velloso, das relações internacionais da Embrapa, também participaram da reunião com os representantes da JICA.

Gustavo Porpino de Araújo,

Embrapa Cerrados

(61) 3388 9945 /

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