Embrapa busca parcerias no Marrocos

14.10.2009 | 20:59 (UTC -3)

De 28 de setembro a 5 de outubro, uma missão brasileira constituída por pesquisadores da Embrapa esteve no Marrocos, visitando instituições de pesquisa e universidades para conhecer e discutir oportunidades de parcerias técnico-científicas.

Itamar Soares de Melo, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), especialista em recursos microbianos e biotecnologia e Luciano Nass, Supervisor da Cooperação Multilateral, da Assessoria de Relações Internacionais – ARI, participaram da missão.

A primeira reunião do grupo foi no General Council of Agricultural Development, órgão ligado ao Ministério da Agricultura do Marrocos, que desenvolve planos estratégicos de longo prazo. Em 2008, esse órgão apresentou ao Rei do Marrocos um plano de desenvolvimento para a agricultura até 2030, conhecido como Marrocos Verde. A agricultura daquele país é responsável por 20% do PIB nacional, emprega 40% dos trabalhadores e 47% da população do país concentra-se na zona rural. Dentre os cereais, merecem destaque o trigo e a cevada, sendo o milho e o sorgo culturas de menor importância. É grande produtor e exportador de frutas. Por isso, pesquisa e desenvolvimento são temas prioritários para o país.

Outra instituição visitada foi a Mohamed V University of Agdal, que possui em torno de 35.000 alunos, tem boa infraestrutura em pesquisa e, de acordo com o pesquisador, interesse em colaborar com a Embrapa nas áreas de recursos genéticos, visando utilização, biotecnologia e microbiologia, em especial em fixação biológica de nitrogênio e desenvolvimento de biofertilizantes.

A Academia de Ciências Hassan II, da qual um dos membros é o ex-diretor Presidente da Embrapa, Silvio Crestana, possui acordos de cooperação com o Brasil, pela Embrapa, com a Espanha, França e México. Conforme Melo, mostrou interesse em financiar projetos, sendo um em biofertilizantes - desde a pesquisa até o desenvolvimento comercial do produto e outro em recursos genéticos, principalmente voltado a utilização em programa de melhoramento. Algumas espécies de interesse são trigo, cevada, sorgo e milho.

O Institut Nacional de la Recherche Agronomique –INRA conta com 10 centros de pesquisa espalhados pelo país. Tem atualmente 115 projetos e já desenvolveu cerca de 237 variedades, sendo a maior parte cultivares de trigo, cultura mais importante do Marrocos. Na área animal, o maior destaque são as pesquisas com caprinos, tanto envolvendo sistemas de produção quanto melhoramento genético. Nesse Instituto, Melo e Nass proferiram palestras sobre os ganhos científicos das pesquisas da Embrapa em agricultura tropical, principalmente os avanços do melhoramento genético em diversas culturas agrícolas.

No Institut Agronomique et Veterinaire Hassan II diversas áreas foram consideradas para interação, dentre elas ovinos e caprinos, plantio direto, estudos em desertificação e fixação biológica de nitrogênio.

Foram também visitadas as Estações Experimentais de Kénitra e de Meknès. A primeira concentra suas atividades em pesquisas com citros e resistência à seca e à doenças, além de pesquisas em porta-enxerto. Na estação de Meknès são desenvolvidas pesquisas em bacteriologia e em melhoramento de trigo. Além de coleções de germoplasma de fruteiras, que incluem a conservação a campo de 17 espécies, mantém uma coleção de oliveiras com ampla representação da área Mediterrânea, que pode ser de interesse para o Brasil.

Ficou acordado que os projetos a serem desenvolvidos a partir de janeiro de 2010 serão sobre fixação biológica de nitrogênio, especialmente para as espécies de feijão, fava e grão-de-bico e sobre recursos genéticos - sorgo forrageiro, voltado para o desenvolvimento de materiais comerciais para o Marrocos.

Cristina Tordin

Embrapa Meio Ambiente

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