Evento de difusão tecnológica agrícola será abordado pela GVS
O manejo sustentável e a valorização de produtos florestais não-madeireiros, tais como óleos e frutos de espécies florestais, é uma alternativa para que as populações tradicionais possam permanecer em suas áreas tendo geração de renda a partir de produtos da floresta, sem derrubá-la. Para recomendar técnicas de manejo sustentável há necessidade de conhecimentos básicos sobre ecologia das espécies florestais e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), através do projeto Kamukaia, vem realizando estudos nesse sentido nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima e Pará.
Resultados das pesquisas realizadas no Amazonas serão apresentadas no município de Parintins, no dia 22 de janeiro, de 8h às 12h, na Comunidade Nossa Senhora do Rosário (lago do Máximo, Parintins- AM), em uma reunião com representantes das comunidades locais onde são feitos estudos do projeto.
O objetivo do projeto Kamukaia é consolidar informações de ecologia e manejo de espécies florestais com uso não-madeireiro na Amazônia que auxiliem na recomendação de práticas de manejo sustentável. Os primeiros resultados do projeto mostraram que uma mesma espécie pode ter características e comportamentos ecológicos diferenciados em função da região de ocorrência e que as regras de manejo ou as previsões de produção podem ser diferentes.
O projeto é executado em uma rede de pesquisa criada pela Embrapa, que tem a coordenação pela Embrapa Acre, com participação das unidades da Embrapa nos estados da região norte. As pesquisas são realizadas com enfoque em estudos ecológicos e experimentos de manejo com a castanha-do-brasil, andiroba, copaíba e cipó titica.
A reunião em Parintins é uma realização da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus-AM) em parceria com a comunidade local, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
As espécies estudadas pela Embrapa Amazônia Ocidental no Amazonas são a castanheira (Bertolletia excelsa), andirobeira (Carapa guianensis) e copaibeira (Copaifera spp), com enfoque na estrutura e dinâmica da população dessas espécies, sua produção na floresta nativa e em plantios a fim de obter informações técnicas para subsidiar políticas públicas para os produtos da sociobiodiversidade. As atividades da pesquisa em Parintins estão sendo feitas há mais de um ano e meio, coordenadas pelos pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, Nestor Lourenço e Silas Garcia, em parceria com alunos da UEA bolsistas da Fapeam e comunitários rurais.
O pesquisador Nestor Lourenço destaca que uma característica do projeto é que em toda a região norte as atividades são realizadas em áreas extrativistas, em contato direto com as populações que convivem com a floresta e o projeto valoriza o intercâmbio de saberes e a pesquisa-ação. “É preciso reconhecer o papel importante dos extrativistas para a conservação da Amazônia, que durante séculos tiram produtos da floresta mantendo-a em pé”, afirma Nestor. “Porém, para atender a uma demanda crescente por esses produtos em mercados diferenciados e fazer com que o uso sustentável da biodiversidade amazônica possa viabilizar a inserção socioeconômica dessas populações tradicionais é preciso associar o conhecimento científico ao conhecimento tradicional para promover o manejo e uso sustentável desses produtos”, complementa.
O nome do projeto Kamukaia é inspirado nas palavras Kamuk e Aka que para a etnia indígena Wapixana que vive em Roraima, significa produtos da floresta.
Síglia Regina
Embrapa Amazônia Ocidental
(92) 3303-7854
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