BUNGE recebe terceira certificação BONSUCRO e selo de signatária do Compromisso Nacional
Uma exposição fotográfica que ilustra a parceria entre a Embrapa e povos indígenas de várias regiões brasileiras será uma das atrações da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A abertura será no dia 17 de junho (domingo), às 11h no hall da Embrapa Solos (Rua Jardim Botânico, 1.024, Jardim Botânico - Rio de Janeiro, RJ) com a presença de representantes da Embrapa e lideranças indígenas. A mostra continuará aberta à visitação até 22 de junho, de 11 às 17 horas.
A exposição "Povos indígenas e segurança Alimentar: ações da Embrapa" vai contar com mais de 40 fotografias que apresentam as ações desenvolvidas por várias unidades da Embrapa – Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF); Acre (Rio Branco, AC); Roraima (Boa Vista, RR); Hortaliças (Brasília, DF) e Agropecuária Oeste (Dourados, MS) – em parceria com a Fundação Nacional do Índio – FUNAI em prol da segurança alimentar de povos indígenas no Brasil.
A parceria da Embrapa com comunidades indígenas começou em 1995, quando representantes do povo indígena Krahô, de Tocantins, procuraram a Empresa em busca de sementes primitivas de milho e amendoim, que já não possuíam mais, em função da introdução de variedades comerciais em suas terras.
Graças às pesquisas de conservação e uso sustentável de recursos genéticos vegetais desenvolvidas pela Embrapa desde a sua criação na década de 70, as sementes estavam conservadas nas câmaras frias da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, DF, a 20ºC abaixo de zero.
Desses espaços gelados, saíram as sementes de milho e amendoim, que foram multiplicadas e entregues ao povo indígena Krahô.
O esforço pelo resgate de sua alimentação tradicional rendeu aos Krahô dois prêmios: em 1998, o primeiro lugar no prêmio “Gestão Pública e Cidadania” da Fundação Getúlio Vargas e, em 2003, o prêmio “Slow Food International biodiversity”, do Instituto Internacional “Slow Food”, da Itália.
Esse foi o ponto de partida para uma parceria bem sucedida que acontece até hoje e já se estendeu a comunidades indígenas de diversas regiões brasileiras, envolvendo a Funai, unidades da Embrapa e outras instituições parceiras.
Quem visitar a exposição vai poder conhecer um pouco desse trabalho que envolve ações de pesquisa e de transferência de tecnologias a partir de cursos e outras atividades de capacitação. Confiram, abaixo, alguns dos destaques:
- Preservação e manejo sustentável do tracajá (parente da tartaruga da Amazônia) e de outras espécies alimentares de importância para etnias do Parque Indígena do Xingu (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios – RAN/ICMBio, Centro Universitario de Vila Velha – UVV e Petrobras Ambiental);
- Plantio de 20 mil mudas nos quintais indígenas do povo Krahô, incluindo caju anão precoce e bananas resistentes à sigatoka negra (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia);
- Curso de capacitação de agricultores indígenas (povo Canela, MA) das aldeias Porquinhos e Descalvados em estratégias de conservação de recursos genéticos ex situ e on farm, manejo e uso da agrobiodiversidade (Embrapa Recursos Genéticos e Embrapa Hortaliças);
- Curso de capacitação de agricultores Kaiapó (sul do Pará) em conservação da agrobiodiversidade in situ/ on far e ex situ. (Embrapa Recursos Genéticos, em parceria com a Embrapa Hortaliças e Associação Floresta Protegida – AFP);
- Contribuição para a etnossustentabilidade de comunidades indígenas Terena de Mato Grosso do Sul (Embrapa Agropecuária Oeste, em parceria com o CNPq, Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul - UEMS e Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural - Agraer);
- Introdução da piscicultura nas aldeias Bororó e Jaguapirú da Terra Indígena de Dourados, MS (Embrapa Produtos e Mercado – Escritório de Dourados,MS, em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura Familiar, Carteira de Projetos Indígena/ MMA e Associação Indígena Onhondivepá Guarani, Kaiowá e Terena, MS);
- Disponibilização de tecnologias relacionadas ao cultivo da mandioca em áreas indígenas do estado de Roraima. A mandioca é a base da alimentação das comunidades indígenas para produção de beiju, farinha e uma bebida muito apreciada: o caxiri. (Embrapa Roraima);
- Apoio à produção de melancia pelos índios do lavrado de Roraima, especialmente as etnias Macuxi e Wapichana, que são os maiores produtores dessa fruta no estado (Embrapa Roraima);
- Adoção da tecnologia de plantio de feijão caupi em consórcio com mandioca junto aos índios da savana de Roraima (Embrapa Roraima);
- Estudo dos aspectos culturais e sua relação com cultivos, práticas agrícolas e uso terapêutico de plantas medicinais em dez comunidades indígenas do grupo Kulina (Kulina do Rio Envira, Jaminawa-Envira e Kulina do Igarapé do Pau), no município de Feijó (AC), próximo à fronteira peruana (Embrapa Acre);
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