Embaixador do Japão visita a Embrapa-RR

22.06.2009 | 20:59 (UTC -3)

O embaixador do Japão no Brasil, Ken Shimanouchi, visita a Embrapa Roraima na próxima quarta-feira (24/06), a partir das 14h. Ele vem conhecer o projeto desenvolvido há dez anos na região do Apiaú, município de Mucajaí.

O projeto utiliza Sistemas Agroflorestais (SAFs) integrando diversas culturas de agricultura e árvores madeiráveis/frutíferas, evitando queimadas e garantindo renda ao pequeno produtor.

O Chefe Geral da Embrapa-RR, Joaci de Freitas, ressalta que a visita será importante para que o pedido de apoio feito pela Associação Nipo-Brasileira à Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) seja aceito. A ideia é que a JICA envie do japão um especialista para acompanhar e auxiliar, durante dois anos, a expansão do projeto no Apiaú. Além disso, a agência poderá investir em projetos que melhorem a qualidade de vida e preservem o meio ambiente.

Em Roraima, o embaixador japonês poderá verificar o sucesso do trabalho desenvolvido junto a 54 famílias do Apiaú, coordenado pelo pesquisador da Embrapa-RR Marcelo Francia Arco-Verde. Na região, a média de renda mensal desses agricultores hoje é de R$ 3.438,00 com a utilização dos SAFs. “Os que alcançaram maior renda mensal são os que utilizam a piscicultura na propriedade, integrada ao SAF. Já os que não utizam o sistema agroflorestal tem renda média mensal de R$ 961,00”, conta o analista da Unidade Alcides Galvão que fez sua dissertação de mestrado sobre o assunto.

Esse ano, uma agroindústria de polpa de frutas foi implantada no Apiaú com apoio técnico da Embrapa. Com isso, o número de famílias beneficiadas subiu para 150. Espécies nativas como açaí e cupuaçu são os principais produtos. Mas eles também trabalham com graviola, goiaba, maracujá e abacaxi. A fábrica, que tem capacidade de processar até 200 kg/dia, melhorou consideravelmente o aproveitamento das frutas, pois assim, em forma de polpa, fica mais fácil conservar e vender. Antes, cerca de 50% delas - in natura - estragavam durante o transporte.

Modelo

A parceria Embrapa/ JICA/Cooperativa de produtores tem um grande exemplo de sucesso a seguir. Em Tomé-Açu, no Pará, o trabalho conjunto das três entidades acontece desde 1987, quando também foi instalada na região uma fábrica de polpas para receber matéria-prima dos SAFs.Com esse método, os produtores de Tomé-Açu tem uma sucessão de produtos, ano após ano. O plantio é feito de uma só vez, com fileiras de espécies cuidadosamente escolhidas e espaçamento precisamente calculado. No primeiro ano depois do plantio, eles colhem banana, no segundo, cacau - que cresce à sombra da bananeira. Em seguida o taperebá, e assim por diante. Dessa forma, garantem sempre de onde tirar a renda da família.

O projeto engrenou. Tanto que, atualmente, os agricultores do município cultivam mais de 6.500 hectares utilizando sistemas agroflorestais. Toda a produção frutífera vai para a agroindústria, que exporta as polpas para o Japão. Lá, o produto é bastante valorizado por carregar o rótulo de “ecologicamente correto”.Além disso, na localidade, foi constatada a recuperação do ecossisstema. Provas disso são a redução da erosão e o aumento do número de pássaros. A diretora do Instituto Roraimense da Cultura Japonesa, Elisabete Mitie Fukuda, é entusiasta da ideia. “Será uma grande contribuição para a agricultura de Roraima”, finaliza.

Liliane Cronemberger

Embrapa Roraima

(95) 4009-7107

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